Governo Lula é considerado ruim ou péssimo por quase metade do Congresso
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma avaliação predominantemente negativa no Congresso Nacional, de acordo com a pesquisa do Ranking dos Políticos, divulgada nesta quarta-feira (12). O levantamento revelou que quase metade dos deputados federais e senadores avalia o governo como “ruim” ou “péssimo”, apontando para um cenário de dificuldades políticas e de relacionamento entre o Executivo e o Legislativo.
Rejeição ao Governo Lula no Congresso
De acordo com a pesquisa, 49,1% dos deputados federais consideram o governo Lula ruim ou péssimo, enquanto 28,2% avaliam a gestão como ótima ou boa. Outros 22,7% dos deputados classificam a administração como regular. Já no Senado, 46,2% dos senadores têm uma visão negativa do governo, e 30,8% avaliam positivamente a gestão. O percentual de senadores que consideram o governo regular é de 23%.
A pesquisa, que ouviu 110 deputados federais de 18 partidos e 26 senadores de 11 siglas diferentes entre os dias 11 e 12 de fevereiro, também destacou a insatisfação com o relacionamento entre o governo e o Congresso Nacional. Para 64,5% dos deputados, a relação com o Executivo é considerada ruim ou péssima, e no Senado, 53,8% compartilham dessa mesma visão negativa.
Dificuldades na Articulação Política
Esses resultados indicam que o governo Lula tem enfrentado sérias dificuldades na articulação política com os parlamentares, o que tem comprometido sua capacidade de avançar com as propostas no Congresso. Durante o anúncio do novo crédito consignado privado, realizado no Palácio do Planalto, Lula reconheceu que é necessário melhorar a relação com o Congresso, especialmente com os presidentes da Câmara e do Senado. O presidente afirmou que “não quer mais” ter distância desses líderes e que tanto o Executivo quanto o Legislativo devem ter o mesmo compromisso com a defesa da soberania e do bem-estar do país.
Lula também se referiu à nova ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), como a “mulher bonita” que ele escolheu para melhorar sua articulação política. Gleisi assumiu a pasta da articulação política no dia 10 de fevereiro e será uma figura-chave para tentar reverter o atual cenário de distanciamento entre o governo e o Congresso.
Propostas Polêmicas: Anistia e Imposto de Renda
A pesquisa também abordou a posição dos parlamentares sobre alguns dos projetos mais polêmicos em tramitação no Congresso. Em relação ao projeto de anistia aos condenados pelos Atos de 8 de Janeiro, 50% dos deputados são a favor da proposta, enquanto 41,8% se opõem. No Senado, 46,2% dos senadores apoiam a anistia, e 38,5% são contra, com resultados estáveis em relação ao mês anterior.
Outro tema importante abordado pela pesquisa foi a proposta de aumento da isenção do Imposto de Renda, um dos projetos prioritários do governo para melhorar sua popularidade. A medida tem o apoio de 49,1% dos deputados e 50% dos senadores, o que indica um certo apoio da base legislativa a essa medida, que visa beneficiar a classe média e impulsionar a aprovação do governo.
Avaliação de Fernando Haddad
Quanto à avaliação da atuação de Fernando Haddad como ministro da Fazenda, o desempenho do titular da pasta é aprovado por 30% dos deputados e 46,2% dos senadores. Esses números indicam uma aceitação razoável, mas também mostram que Haddad ainda tem trabalho a fazer para conquistar a confiança total do Congresso, especialmente em um momento de desafios fiscais e econômicos.
Conclusão
O governo Lula enfrenta um momento difícil em sua relação com o Congresso, com uma avaliação majoritariamente negativa entre os parlamentares, tanto na Câmara quanto no Senado. A gestão petista tem dificuldades na articulação política, e isso reflete nas propostas e projetos que estão sendo discutidos no Legislativo. No entanto, o presidente tem tentado reverter esse cenário, especialmente com a nomeação de Gleisi Hoffmann para a articulação política, e aposta em propostas como o aumento da isenção do Imposto de Renda para aumentar sua popularidade. A disputa pela aprovação da anistia e a relação com o Congresso continuam sendo pontos de tensão e de fundamental importância para o futuro da gestão de Lula.