Governo não consegue controlar preços ‘do dia para noite’, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que o governo federal está trabalhando para reduzir o preço dos alimentos no Brasil, mas que isso não pode ser feito “do dia para a noite”. Lula comentou especificamente sobre o aumento nos preços de alimentos como o ovo e o café, mas ressaltou que o governo está empenhado em baixar o custo de todos os alimentos essenciais.
Em entrevista à Rádio Tupi FM, no Rio de Janeiro, Lula apontou que o Brasil se tornou “quase um supermercado do mundo”, com grandes volumes de exportações, e que os empresários não podem repassar o aumento do preço de produtos destinados ao mercado externo para os preços internos. Segundo ele, a exportação de produtos com o dólar alto não justifica um aumento simultâneo no preço para o consumidor brasileiro.
Reunião com Atacadistas e Previsões de Queda nos Preços
Lula afirmou que o governo planeja realizar reuniões com atacadistas para discutir maneiras de reduzir os preços no mercado interno. Ele também mencionou que o preço da carne está começando a cair e se mostrou otimista sobre a possibilidade de os brasileiros voltarem a consumir cortes como a picanha.
O presidente também explicou que o aumento de preços, em grande parte, tem sido impulsionado por fatores climáticos adversos do ano passado, como altas temperaturas, secas e chuvas intensas, que afetaram a produção de alimentos. Ele ainda citou a gripe aviária nos Estados Unidos como um fator que aumentou a demanda internacional por ovos brasileiros, o que, por sua vez, impactou o preço interno.
Previsões Econômicas e Controle da Inflação
Lula reafirmou suas previsões de crescimento econômico de 3,8% para 2024, destacando que esse crescimento é maior do que a previsão feita por especialistas do mercado financeiro. Ele também declarou que a inflação está “razoavelmente controlada” e mencionou o “quase zero” do déficit fiscal em 2023 como um ponto positivo na gestão econômica.
O presidente concluiu sua fala com a certeza de que, com o crescimento da economia, os trabalhadores também se beneficiarão com o aumento do salário mínimo nos próximos anos, ao mesmo tempo em que o governo continuará tentando manter os preços dos alimentos acessíveis à população.