Defesa divulga nota após Múcio falar em “constrangimento”

O Ministério da Defesa divulgou uma nota nesta quarta-feira (19) em que se posiciona sobre a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas envolvidas no inquérito sobre o golpe, sendo 23 delas militares. A nota destacou que a acusação é importante para “distinguir” as condutas individuais das dos integrantes das Forças Armadas, a fim de evitar que a instituição militar seja injustamente vinculada a atos de golpismo.

Segundo o Ministério, a avaliação do ministro José Múcio Monteiro é de que a apresentação da denúncia representa mais um passo para a “responsabilização correta”, afastando as “suspeições equivocadas” que possam recair sobre as Forças Armadas. Múcio também afirmou que, embora haja constrangimento entre os militares em razão das acusações, isso será superado com o tempo.

– “É o que estávamos esperando, há um constrangimento, mas o bom é que isso acaba”, disse Múcio a jornalistas.

Denúncia e possíveis consequências para Bolsonaro

A denúncia apresentada por Gonet acusa Bolsonaro de ser o líder de um movimento golpista, que visava subverter a ordem democrática e tentar manter o ex-presidente no poder. O procurador-geral afirmou que, ao analisar as provas reunidas pela Polícia Federal, ficou claro que Bolsonaro não apenas sabia do plano golpista, mas também liderou as articulações para um golpe de Estado.

Caso seja condenado, Bolsonaro pode enfrentar penas que somam mais de 43 anos de prisão. Entre os crimes que ele teria cometido estão organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e atentados contra a democracia e os direitos constitucionais.

Defesa de Bolsonaro

A defesa do ex-presidente se manifestou contra as acusações, classificando-as como “precárias” e sem fundamento. Os advogados de Bolsonaro afirmam que não há evidências que conectem o ex-presidente à trama golpista descrita na denúncia. Eles argumentam que a acusação não está respaldada por provas substanciais.

– “Nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”, disse a defesa em comunicado.

A reação de Lula e ministros

Na manhã desta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros do governo foram questionados sobre a denúncia, mas preferiram não comentar o caso. Lula e seus auxiliares mantiveram o silêncio sobre as acusações feitas contra Bolsonaro e outros envolvidos na tentativa de golpe.

Contexto da denúncia

A denúncia do procurador-geral da República aponta que Bolsonaro liderava uma organização criminosa com um projeto autoritário de poder, com forte influência de setores militares. A trama teria sido liderada por Bolsonaro e seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto, que também é apontado como coautor de atos contra a independência dos poderes e o Estado de Direito democrático.

Com essa denúncia, o STF e as autoridades responsáveis agora precisarão avaliar os próximos passos legais, e a situação de Bolsonaro continua a gerar um intenso debate político e jurídico no país.

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Bruno Rigacci

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