Pior aprovação da história de Lula faz Centrão aumentar fatura
A recente queda na aprovação de Lula, que atingiu um recorde histórico de 24%, provocou um movimento mais intenso do Centrão, que se prepara para aumentar a pressão por cargos e mudanças na reforma ministerial, prevista para após o Carnaval. A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14/2) foi rapidamente citada por líderes de partidos aliados, como justificativa para fortalecer sua presença na Esplanada dos Ministérios, com pedidos para comandar a Saúde, ministérios palacianos e empresas públicas.
A Cobrança pelo Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde tem sido o alvo preferido do Centrão. Além de ter um orçamento robusto – R$ 241,61 bilhões previstos para 2025 – e controlar uma parte significativa das emendas parlamentares, é considerado uma pasta estratégica para “fazer política” devido à sua relevância na gestão pública e nas negociações políticas com os parlamentares. A cobrança por esse comando é antiga, desde o início do terceiro mandato de Lula, e inclui a pressão de figuras como o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que chegou a sinalizar ao presidente seu desejo de exercer influência direta sobre a Saúde.
Apesar de resistir, Lula ainda não conseguiu barrar totalmente os pedidos do Centrão, que se mantém firme na intenção de ocupar a pasta para fortalecer sua base política e garantir vantagens para os partidos. A pasta também se tornou um ponto de interesse, visto que ela conta com grande orçamento e possibilidade de direcionar recursos e emendas.
Pressões por Outros Ministérios e Empresas Públicas
Além da Saúde, o Centrão também mira outros ministérios com grande peso político, como a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), que é responsável pela articulação política do governo e pela liberação das emendas. Embora o atual ministro Alexandre Padilha tenha o respaldo de Lula pela sua capacidade em aprovar projetos importantes no Congresso, outros nomes têm surgido como alternativas, como o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos).
Por fim, o Centrão também se mobiliza para garantir o controle de empresas públicas estratégicas, com destaque para a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que, após ser extinta em 2023, voltou a ser reestruturada por articulação de parlamentares do centro. A Funasa, presidida atualmente por Alexandre Motta, é vista como uma plataforma importante para liberar emendas e direcionar políticas públicas diretamente aos municípios, sendo cobiçada por partidos como o PSD, o Republicanos e o PP.
Código de Ações do Centrão no Governo
O Centrão tem se consolidado como um dos principais grupos de pressão no governo Lula, não apenas pela tentativa de controlar áreas-chave, mas também por seu histórico de interferência em decisões estratégicas que envolvem recursos financeiros e articulação política. O movimento de pressão por ministérios e empresas públicas reflete o desejo de consolidar sua influência e manter um papel central nas decisões do governo federal, em um momento de declínio na popularidade de Lula.