Luiza Trajano provoca Galípolo em evento na Fiesp e pede que BC pare de aumentar juros

Durante um encontro com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, pediu ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que não anunciasse mais aumentos na taxa Selic. Trajano fez o pedido de forma descontraída e bem-humorada, provocando risadas entre os presentes. “Eu vou pedir pra ele não comunicar mais que vai ter aumentos de juros, porque aí já atrapalha tudo desde o começo”, afirmou.

A declaração de Trajano reflete uma preocupação crescente entre empresários, especialmente no setor de varejo, sobre o impacto das taxas de juros elevadas na economia e nos negócios. Durante o evento, Galípolo defendeu o papel técnico do Banco Central, mencionando a necessidade de manter a política monetária focada no controle da inflação e no fortalecimento da moeda nacional.

Outros Empresários Também Criticam Juros Altos

Além de Trajano, outros empresários também expressaram suas preocupações com o nível atual dos juros. Eugênio Staub, dono da Gradiente, foi um dos primeiros a criticar o alto custo do financiamento no Brasil, destacando que “não é possível investir em indústria a uma taxa real de 8, 10 ou mais por cento”. Ele elogiou o trabalho de Galípolo, mas afirmou que os “problemas estruturais” do Brasil exigem uma solução mais ampla, um “pacto nacional” para alavancar a indústria e impulsionar a economia.

Trajano, por sua vez, reforçou a opinião de Staub, ressaltando o impacto dos juros no setor de varejo. “O varejo é o primeiro que sofre e o primeiro que demanda. A pequena e média empresa não aguenta mais viver com isso. Não tem condição, e é ela que gera emprego”, afirmou. Para Trajano, é necessário pensar em soluções fora da caixa, além de apenas diagnosticar os problemas, caso contrário, o país continuará a enfrentar um futuro econômico difícil.

Galípolo Reafirma a Posição do Banco Central

Em sua fala final, Galípolo não respondeu diretamente às críticas, mas reiterou que o Banco Central tem como missão o combate à inflação e a defesa da moeda. “A defesa da moeda é o mandato do Banco Central e é um mandato que o Banco Central não vai se desviar”, afirmou. O presidente da instituição também mencionou os “problemas estruturais” que o Brasil enfrenta e reforçou a importância do diálogo e da colaboração entre os setores para encontrar soluções além da política monetária.

Galípolo concluiu sua intervenção destacando que as questões econômicas do Brasil exigem esforços coletivos e uma abordagem integrada para superar os desafios estruturais, reafirmando a posição do Banco Central em relação à sua política monetária.

A Perspectiva Empresarial vs. Política Monetária

O encontro refletiu o crescente descontentamento entre empresários, especialmente do setor de varejo e da indústria, com a alta taxa de juros e seus efeitos sobre a competitividade e o crescimento das empresas. Enquanto o Banco Central segue seu mandato de controle da inflação, as críticas reforçam a necessidade de buscar um equilíbrio entre a estabilidade econômica e as condições que favoreçam o crescimento dos negócios e a geração de empregos no Brasil.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies