Novo presidente da Câmara chega com o “pé na porta” e crava: ‘8 de janeiro não foi tentativa de golpe’
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se manifestou recentemente sobre os tumultuados eventos de 8 de janeiro e gerou repercussão ao destacar sua visão sobre os atos que abalaram as instituições do Brasil.
Motta, ao falar sobre os ataques aos três Poderes, afirmou que os acontecimentos não podem se repetir, classificando-os como uma “agressão às instituições” e algo “inimaginável”. No entanto, ele afastou a ideia de que os eventos possam ser vistos como um golpe, ressaltando que “um golpe precisa de um líder, de apoio de outras instituições interessadas, e isso não existiu”. Para ele, o que ocorreu foi protagonizado por “vândalos e baderneiros” inconformados com o resultado eleitoral.
A questão da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro também foi abordada por Motta, que afirmou que ainda não há uma decisão definitiva sobre a tramitação do projeto de lei que propõe essa medida. Ele explicou que a discussão sobre o tema tem gerado divisões dentro da Câmara e criado tensões com os outros Poderes. Motta revelou que recebeu pedidos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a proposta seja votada, mas destacou que a base do governo Lula vê a medida como um retrocesso.
“O diálogo precisa ser constante”, ponderou Motta, acrescentando que não pode afirmar se pautará o projeto na próxima semana ou se ele ficará de fora da agenda de votações. A proposta de anistia segue sendo um tema polêmico e deve continuar a provocar debates acalorados nos próximos dias.
Além disso, o presidente da Câmara criticou o que considera um “desequilíbrio” nas condenações dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Para Motta, punições como a de uma senhora que apenas passou em frente ao Palácio com 17 anos de reclusão são desproporcionais. “Precisamos punir quem quebrou e depredou, mas sem exageros”, afirmou, sugerindo que as punições devem ser justas e condizentes com os atos praticados.
A declaração de Hugo Motta reflete o desafio de equilibrar as expectativas políticas dentro da Câmara, enquanto a proposta de anistia continua a gerar tensões no cenário político nacional.