11 estados correm risco de apagão por sobrecarga, diz relatório
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emitiu um alerta informando que 11 estados brasileiros estão com risco de sobrecarga no sistema de energia elétrica. O motivo, segundo o órgão, é o aumento da geração de energia excedente produzida pelos painéis solares, que, quando não consumida, retorna para a rede elétrica, criando um “fluxo reverso”.
Tradicionalmente, a energia gerada pelas grandes usinas seguiam um único caminho: das usinas, passando pelas subestações até chegar às casas e empresas. No entanto, com o avanço da geração distribuída de energia – ou seja, a produção de energia por pequenos geradores, como os painéis solares – a eletricidade extra pode retornar para a rede, criando uma espécie de “mão dupla”. Esse fluxo reverso pode resultar em sobrecarga nas subestações e aumentar o risco de apagões, já que o sistema pode precisar ser desligado para evitar danos.
Estados em Risco
Os estados que estão mais vulneráveis a essa sobrecarga incluem São Paulo, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Roraima. Esses locais estão experimentando um aumento considerável na instalação de painéis solares, o que contribui para a geração de energia excedente.
Plano de Ação do ONS
Para mitigar os riscos, o ONS desenvolveu o Plano de Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (SIN), com o objetivo de garantir o funcionamento eficiente da rede elétrica diante do aumento da geração de energia descentralizada. O órgão é responsável por gerenciar as operações das usinas e linhas de transmissão e tem como prioridade garantir a estabilidade e segurança do sistema elétrico nacional.
Desafios da Geração Distribuída
Embora a geração de energia solar seja uma alternativa sustentável e crescente, ela traz desafios para a infraestrutura elétrica do país. O aumento da produção descentralizada exige melhorias no gerenciamento e no controle do sistema, para que não haja impactos negativos, como o risco de falhas ou sobrecargas. A necessidade de adaptação da rede para acomodar a energia extra que retorna para a rede é um dos pontos-chave que o ONS e os responsáveis pela gestão do setor elétrico precisam enfrentar.
Com a crescente instalação de painéis solares, o país vive uma transição importante na forma como a energia é gerada e distribuída. No entanto, é essencial que o sistema de transmissão se adapte para garantir que a rede continue funcionando de forma eficiente e segura.