Picanha está cada vez mais longe da mesa dos brasileiros

A picanha, um dos cortes bovinos mais apreciados pelos brasileiros, pode se tornar um luxo ainda mais distante para muitas famílias no decorrer deste ano. O alto custo dessa carne nobre já é um desafio para muitos consumidores e, infelizmente, as previsões para 2025 indicam que o cenário deve piorar.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de carne bovina no Brasil deve sofrer uma queda de cerca de 5% neste ano, o que resulta em uma redução de aproximadamente 535 mil toneladas na produção de carne vermelha. Isso significa que haverá uma oferta menor de carne no mercado interno, o que, em consequência, deve pressionar os preços para cima, tornando a picanha ainda mais cara.

Além da queda na produção nacional, outro fator que contribui para o aumento de preço é o crescimento das exportações de carne bovina. Embora a demanda interna enfrente um cenário desafiador, o mercado externo continua em expansão. Estima-se que, em 2025, cerca de 6,5 milhões de toneladas da carne bovina produzida no Brasil serão destinadas ao mercado internacional, representando uma redução de cerca de 9% na oferta interna para os consumidores brasileiros.

O agronegócio brasileiro, que segue forte, deverá produzir cerca de 10,3 milhões de toneladas de carne bovina em 2025. No entanto, o aumento nas exportações, combinado com a queda na produção interna, resulta em uma escassez no mercado doméstico, elevando os preços da carne vermelha.

Atualmente, a carne bovina é a segunda mais consumida no Brasil, com uma média de 32 quilos por habitante ao ano, ficando atrás apenas da carne de frango, que atinge uma média de 50 quilos per capita. A carne suína ocupa a terceira posição, com 20 quilos por pessoa.

Com a diminuição da produção e o aumento das exportações, os brasileiros podem enfrentar uma realidade ainda mais difícil em relação ao consumo de carne bovina, com a picanha se tornando cada vez mais inacessível para grande parte da população.

Em um cenário de preços mais altos, é possível que consumidores optem por outros cortes, buscando alternativas mais econômicas ou até reduzindo a frequência do consumo de carne bovina. A escassez de oferta, juntamente com o aumento das exportações, coloca o Brasil em uma encruzilhada: a carne, antes um item essencial no prato dos brasileiros, está se tornando cada vez mais um item de luxo.

Este é mais um reflexo dos desafios que o setor agropecuário brasileiro enfrentará em 2025, impactando diretamente o bolso dos consumidores. O futuro da picanha, símbolo da culinária nacional, está mais incerto do que nunca.

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Bruno Rigacci

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