Agronegócio contesta redução de alíquota do milho e alerta para impactos no mercado

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) se manifestou contra a possível redução das alíquotas de importação de alimentos, uma medida que está sendo analisada pelo governo. Em comunicado ao Broadcast Agro, a entidade classificou a proposta como “perturbadora” e “desnecessária”, destacando que, se implementada, poderá prejudicar ainda mais o setor agrícola, especialmente os produtores de milho.

De acordo com a Abag, a medida causaria um desequilíbrio nas relações do campo e desestimulando, principalmente, o plantio da safrinha de milho, um dos pilares da produção agrícola do Brasil. A associação também apontou que o setor já enfrenta desafios, como o aumento dos custos de produção e o cenário de preços baixos experimentado no ano passado. “O produtor já vem no sacrifício, já vem no sofrimento”, afirmou a Abag, reforçando que a medida proposta é “uma medida do século passado” e que não condiz com a atual realidade do agronegócio.

Além disso, a entidade alertou para os possíveis impactos negativos que a redução das alíquotas de importação poderia causar na produção de etanol de milho, bem como no plantio comercial do cereal. O setor se preocupa com a competição externa, que pode prejudicar ainda mais a rentabilidade dos produtores nacionais.

A declaração da Abag surge após o anúncio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, de que o governo estuda a redução das alíquotas de importação de produtos cujos preços no mercado doméstico estão superiores aos do mercado internacional, começando pelo milho. A medida visa, segundo o governo, ajustar o mercado e garantir preços mais acessíveis para os consumidores, mas a ação tem gerado divisões no setor, com a Abag manifestando-se claramente contrária à ideia.

O debate sobre as importações de produtos agrícolas continua a polarizar opiniões, e a Abag, com sua análise crítica, reforça a necessidade de medidas que favoreçam a produção nacional sem comprometer a sustentabilidade e a competitividade do setor agrícola brasileiro.

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Bruno Rigacci

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