‘Jesus perdoaria todas as dívidas e jamais cobraria juros abusivos’, diz Zema sobre fala de Lula

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), usou suas redes sociais nesta quinta-feira (23) para responder a uma crítica feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os vetos ao programa de renegociação da dívida do Estado com a União. A polêmica começou na tarde de quarta-feira (22), quando Lula, durante a assinatura do contrato de concessão da BR-381, comentou sobre os vetos feitos ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) e fez uma crítica direta ao governador mineiro.

O presidente afirmou que Zema deveria ser grato ao governo federal pela proposta que oferece uma nova oportunidade para o pagamento da dívida de Minas Gerais, que atualmente gira em torno de R$ 165 bilhões. “O que nós fizemos para os estados que não pagavam a dívida, talvez só Jesus Cristo fizesse se ele concorresse à Presidência da República deste país”, disse Lula, destacando as vantagens do Propag.

Em resposta, Zema usou as redes sociais para se manifestar diretamente ao presidente e expressou a esperança de que a Assembleia Legislativa de Minas derrube os vetos do governo federal ao programa. “Presidente Lula, Jesus Cristo perdoaria todas as dívidas e jamais cobraria juros abusivos de quem ajuda a construir o Brasil. Vamos honrar todas nossas obrigações, mas esperamos que os Deputados derrubem os vetos ao Propag para trazer justiça e previsibilidade ao Estado”, escreveu Zema, reforçando sua posição de que o programa, em sua forma original, é mais benéfico para Minas Gerais.

O Propag, aprovado com vetos do presidente, autoriza um desconto nos juros da dívida e permite que os estados paguem em até 360 parcelas mensais, ao longo de 30 anos. Além disso, o programa oferece a possibilidade de quitação parcial da dívida através da transferência de ativos para a União, como imóveis e participações societárias. Para os estados com menor endividamento, o programa cria um fundo de equalização federativa.

No entanto, como contrapartida, a adesão ao Propag exige que os estados invistam em áreas como educação, saneamento, segurança pública e mudanças climáticas. Minas Gerais, assim como outros estados, tem até 31 de dezembro de 2025 para aderir ao programa, mas a renegociação está condicionada à aceitação das condições estabelecidas.

O confronto entre Zema e Lula sobre o Propag coloca em evidência as tensões entre o governo estadual e federal em relação à gestão das dívidas públicas e à busca por soluções que atendam aos interesses financeiros e sociais dos estados brasileiros.

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Bruno Rigacci

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