Brasil precisa dos EUA ‘muito mais do que nós deles’, diz Trump
Em sua primeira aparição pública como presidente dos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 20 de janeiro, Donald Trump afirmou que a relação com o Brasil e a América Latina deverá ser “ótima” durante seu mandato, mas deixou claro que os países da região não estão entre as prioridades de sua administração. A declaração foi feita em entrevista a jornalistas, enquanto o presidente assinava seus primeiros decretos, que incluem a retirada dos Estados Unidos do Acordo Climático de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de conceder perdão presidencial a condenados pela invasão do Capitólio.
Questionado sobre a relação com a América Latina, Trump respondeu de forma direta: “Eles precisam de nós muito mais do que nós precisamos deles. Nós não precisamos deles, eles precisam da gente. Todos precisam de nós”. O comentário reflete o tom combativo e nacionalista que sempre caracterizou sua abordagem de política externa, com foco em interesses econômicos e estratégicos dos Estados Unidos.
Embora tenha destacado que a relação com o Brasil será boa, a declaração de Trump reforçou que a América Latina, de forma geral, não ocupa uma posição prioritária na agenda de sua administração. A retórica de Trump, que foi presidente dos EUA de 2017 a 2021, volta-se para a maximização dos interesses econômicos e a manutenção de uma posição dominante nas relações internacionais.
Ações Controversas no Início do Mandato
O início do novo mandato de Trump foi marcado por uma série de ações controversas. Além das declarações sobre a América Latina, o presidente assinou ordens executivas que anulam algumas das principais decisões tomadas por seu antecessor, Joe Biden, como a retirada dos Estados Unidos do Acordo Climático de Paris e da OMS, temas que haviam sido centrais no governo Biden.
Trump também usou seu poder presidencial para conceder perdão a vários dos envolvidos na invasão do Capitólio, em 2021, decisão que gerou críticas de diversos setores políticos. Esses gestos indicam que, assim como em seu primeiro mandato, Trump continuará a adotar uma postura de confronto com algumas políticas internacionais e domésticas, ao mesmo tempo em que busca reafirmar a centralidade dos Estados Unidos nas questões globais.
A relação com o Brasil, apesar de não ser uma prioridade explícita, deve ser acompanhada com atenção, dado o histórico de Bolsonaro com Trump e os impactos que a política externa americana pode ter sobre a economia e a política interna brasileira. Com o novo governo de Trump, o Brasil se vê novamente no centro de uma dinâmica geopolítica que, como sempre, será repleta de desafios e oportunidades.