Bolsonaro ao New York Times: “Estou Sendo Vigiado o Tempo Todo”
Em entrevista concedida ao jornal The New York Times na última terça-feira (14), e publicada nesta quinta-feira (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou suas preocupações sobre estar sendo alvo de uma perseguição política, particularmente por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro declarou sentir-se “vigiado o tempo todo” e, com um tom alarmado, sugeriu que o “sistema” não busca apenas sua prisão, mas sua “eliminação”.
Perseguição Política e Censura
Bolsonaro afirmou que há uma tentativa sistemática de silenciar vozes conservadoras no Brasil, com o STF, através de Moraes, desempenhando um papel central nesse processo. O ex-presidente descreveu suas investigações como parte de uma perseguição pessoal e política. Segundo Bolsonaro, ele não está sendo apenas processado, mas também sendo alvo de um movimento para deslegitimar seu legado e sua base de apoio.
Esperança em Nomes Internacionais
Apesar do tom de preocupação, Bolsonaro demonstrou otimismo ao citar algumas figuras internacionais que, em sua opinião, poderiam influenciar positivamente o cenário político brasileiro. O ex-presidente mencionou o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e os empresários Elon Musk e Mark Zuckerberg como aliados potenciais na luta pela liberdade de expressão.
Ele expressou satisfação com a postura de Zuckerberg, especialmente após a decisão do CEO da Meta de reduzir a moderação de conteúdo nas plataformas da empresa, o que, segundo Bolsonaro, representa um movimento favorável à liberdade.
“Estou gostando do Zuckerberg. Bem-vindo ao mundo das pessoas boas, da liberdade” – disse Bolsonaro, fazendo referência ao alinhamento do CEO da Meta com a redução da censura em suas redes sociais.
Confiança em Donald Trump
Ao comentar sobre o convite para participar da posse de Trump, marcada para a próxima semana, Bolsonaro revelou estar animado com a oportunidade, especialmente após a decisão de Moraes de reter seu passaporte, impedindo sua viagem. Ele elogiou Trump, chamando-o de “o cara mais importante do mundo”, e expressou um entusiasmo genuíno por sua presença no evento.
“Estou me sentindo criança de novo com o convite do Trump. Estou animado. Não vou nem tomar mais Viagra. O gesto do Trump é algo para se orgulhar, certo?” – disse Bolsonaro, com humor, reforçando o impacto do convite como um reconhecimento pessoal e político.
Defesa Contra Acusações de Golpe
A entrevista também abordou as acusações de que Bolsonaro estaria envolvido em um plano para executar autoridades, como parte de um golpe de Estado. Bolsonaro negou enfaticamente qualquer envolvimento nesse tipo de planejamento, classificando tais alegações como fantasias e bravatas.
“Quem fez esse possível plano deve responder. Da minha parte, não houve nenhuma tentativa de executar três autoridades. Mesmo assim, acho que foi apenas mais uma fantasia, bravata. Nada. Este plano é inviável. Impossível” – afirmou Bolsonaro, desqualificando as investigações e os rumores.
Conclusão
A entrevista com Bolsonaro ocorre em um momento de crescente tensão para o ex-presidente, que está impedido de deixar o Brasil devido a medidas cautelares impostas pelo STF e enfrenta diversas investigações. Ao mesmo tempo, ele continua a cultivar uma rede de apoio internacional, buscando aliados como Trump e Musk, enquanto se posiciona contra o que vê como uma tentativa de aniquilação política, através de sua alegada perseguição e censura no Brasil.