Governo Federal pagou verba milionária para empresa fazer a manutenção da ponte que desabou
O Governo Federal desembolsou R$ 3,6 milhões para a empresa Matera Engenharia realizar a manutenção da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, estrutura que desabou no último dia 22 de dezembro, causando uma tragédia no Tocantins. O contrato foi firmado por meio do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (Proarte), cujo objetivo é cuidar das Obras de Arte Especiais (OAEs) — um conjunto que engloba pontes, viadutos, passarelas e outras grandes obras de infraestrutura rodoviária.
Os serviços pagos incluíam limpeza, substituição de juntas de dilatação, recomposição de erosão, injeção de fissuras em estruturas de concreto e a recomposição de drenos, essenciais para a integridade da ponte. A Matera Engenharia, responsável pela manutenção, tem contratos significativos com o governo federal, totalizando R$ 276 milhões, dos quais R$ 140 milhões já foram pagos.
O desabamento da ponte, que ligava as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), resultou em tragédia com oito mortes confirmadas até quinta-feira (26), conforme o Corpo de Bombeiros do Tocantins. Além disso, ainda há nove pessoas desaparecidas. O incidente gerou questionamentos sobre a efetividade das manutenções realizadas na ponte e sobre a responsabilidade das empresas contratadas para garantir a segurança das estruturas essenciais para a malha rodoviária federal.
A tragédia levanta dúvidas sobre os contratos e a fiscalização das obras de manutenção em pontes e outras infraestruturas do país, especialmente considerando o alto valor investido em serviços que não impediram o colapso da ponte. O caso promete atrair mais investigações sobre a segurança das obras rodoviárias e a aplicação de recursos públicos destinados à sua conservação.
