Oposição aciona TCU contra gastos de R$ 1,2 Milhão do ‘Time Janja’

A oposição no Congresso Nacional está articulando um pedido junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que investigue os custos associados ao gabinete paralelo criado para apoiar a primeira-dama Janja, esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A equipe, conhecida como “Time Janja”, é composta por profissionais de relações públicas, fotógrafos, especialistas em mídias sociais e até um militar. De acordo com informações divulgadas pelo Estadão, a remuneração total da equipe chega a aproximadamente R$ 160 mil por mês. Além disso, desde o início do mandato de Lula em 2023, os custos com viagens da equipe ultrapassaram R$ 1,2 milhão.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos críticos mais enfáticos do governo, utilizou as redes sociais para denunciar o que considera uma utilização indevida de recursos públicos. “Além de promover shows com dinheiro público e gastar milhões em viagens e hotéis luxuosos, Janja também possui um gabinete próprio bancado com os impostos dos brasileiros”, disse Ferreira. Para ele, a utilização de servidores públicos para impulsionar as redes sociais de Janja configura um “desvio de função”.

Em suas críticas, Ferreira lembrou que o governo federal tem reconhecido a necessidade de cortar gastos, mas, segundo ele, ainda assim há uma continuidade na utilização de recursos públicos para benefício privado, em clara contradição com os apelos por austeridade. “Não podemos admitir a continuidade desta farra com dinheiro público para benefício privado”, declarou o parlamentar.

O “Time Janja” é composto por ao menos 12 profissionais e tem como principais responsáveis Neudicléia Neres de Oliveira, assessora especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República, e Bruna Rosa Alfaia, da Secretaria de Estratégia e Redes da Secretaria de Comunicação (Secom). Neudicléia exerce funções semelhantes às de uma “chefe de gabinete” de Janja, enquanto Bruna lidera a estratégia das redes sociais da primeira-dama.

As despesas de viagem de Neudicléia e Bruna já superaram os R$ 110 mil, e a presença constante de Claudio Adão dos Santos Souza, conhecido como “Claudinho”, fotógrafo particular de Janja, também gerou custos elevados, ultrapassando R$ 182 mil em viagens. O “Time Janja” inclui ainda coordenadores de mídias sociais, um gerente de projetos, assessores especiais da Presidência e um ajudante de ordens.

Além disso, para garantir a segurança das viagens, a primeira-dama conta com o apoio de oito policiais federais.

Em resposta às críticas, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que todos os servidores que compõem o “Time Janja” fazem parte de diferentes órgãos da Presidência da República e atuam conforme as atribuições estabelecidas pela Lei nº. 14.600/2023, que trata da organização dos quadros do governo.

A oposição agora espera que o TCU investigue os altos custos relacionados a essa equipe e avalie se os recursos públicos estão sendo utilizados de forma adequada, especialmente em um momento em que o governo tem se comprometido com a austeridade fiscal e o controle das despesas públicas. A medida deve intensificar o debate sobre os gastos com a primeira-dama, enquanto o governo enfrenta crescente pressão da oposição e de setores da sociedade sobre o uso de recursos públicos.

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Bruno Rigacci

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