Moraes impõe sigilo máximo no inquérito do suposto golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou um nível de sigilo elevado, classificado como 4-5, no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas. As acusações incluem golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

Medidas de Segurança e Confidencialidade

Com o intuito de garantir a máxima confidencialidade, apenas um desembargador e um juiz, que trabalham diretamente com Moraes, têm acesso às 884 páginas do inquérito. Além disso, o ministro determinou que ele e sua equipe trabalhem de forma desconectada da internet, reforçando a proteção das informações.

Esse sigilo extremo visa garantir a integridade do trabalho, dado o alto nível de sensibilidade das informações e os riscos de vazamento.

Encaminhamento à PGR

O relatório final do inquérito será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) na segunda-feira (25), onde o procurador-geral Paulo Gonet decidirá os próximos passos, que podem incluir:

  • Apresentação de denúncia formal;
  • Solicitação de novas diligências;
  • Arquivamento do caso.

Embora o desfecho ainda seja incerto, analistas acreditam que a PGR poderá optar por apresentar uma denúncia ou requisitar mais investigações.

Conexão com Outros Inquéritos

Este caso está sendo tratado como relacionado a outros inquéritos envolvendo Bolsonaro, incluindo as investigações sobre fraudes nos cartões de vacina e o desvio de joias sauditas e itens do acervo presidencial. Esses casos já foram encaminhados à PGR com “material robusto” para análise.

Complexidade e Desdobramentos

O inquérito sobre o suposto golpe de Estado detalha um plano que, segundo documentos, teria sido elaborado durante o período pré e pós-eleitoral de 2022. As ações descritas envolvem:

  • Execuções de líderes políticos;
  • Imposição de milícias digitais;
  • Estratégias para desmantelar o Estado Democrático de Direito.

Espera-se que o caso tenha desdobramentos importantes nos primeiros meses de 2025, dependendo da decisão da PGR sobre os próximos passos.

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Bruno Rigacci

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