Bolsonaro se manifesta sobre indiciamento da PF e não poupa Moraes
A manifestação de Jair Bolsonaro após o indiciamento pela Polícia Federal (PF) segue a linha de defesa já adotada por ele e seus aliados, de que o processo contra ele é politicamente motivado e conduzido de maneira irregular. Bolsonaro, em suas redes sociais, questionou o trabalho do ministro Alexandre de Moraes, que é o responsável pela condução do inquérito, e sugeriu que o inquérito não segue a legalidade, com o uso do termo “criatividade” para se referir a alegações de manipulação e irregularidades nos depoimentos e investigações.
Ao dizer que “tem que ver o que tem nesse indiciamento”, Bolsonaro sinaliza sua intenção de contestar as acusações, aguardando o parecer de seus advogados. Ele também destacou que o caso será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), onde ele espera um julgamento mais imparcial, longe do que considera ser um “processo criativo” por parte do STF e de seus aliados.
A referência à “criatividade” é um ponto importante no discurso de Bolsonaro, pois visa reforçar a alegação de que as investigações podem ser manipuladas com o intuito de construir um caso contra ele. A menção a uma troca de mensagens entre o juiz Airton Vieira e o assessor do TSE, Eduardo Tagliaferro, em que Vieira sugere “usar a criatividade”, parece ter sido uma tentativa de deslegitimar as ações do STF.
Essa retórica alimenta ainda mais a polarização política no Brasil, onde figuras ligadas a Bolsonaro e seus apoiadores têm alegado que a ação do STF e da PF tem um caráter persecutório. Ao mesmo tempo, a oposição e os críticos veem esse tipo de discurso como uma tentativa de desqualificar as investigações e reforçar uma narrativa de vitimização, enquanto o processo judicial segue seu curso.
O cenário continua altamente tenso e as próximas etapas do processo, incluindo o papel da PGR e a possível aceitação das denúncias, serão determinantes para os desdobramentos do caso. A batalha jurídica está longe de terminar, com Bolsonaro e seus defensores esperando por uma resposta na PGR, enquanto o governo e o STF enfrentam críticas pela condução do processo.