Policiais traficavam cocaína para o CV

A Polícia Federal identificou cinco agentes de segurança envolvidos no tráfico de drogas durante a Operação Puritas, que visou desarticular uma organização criminosa que operava em Rondônia e outros estados. Entre os implicados, estão dois policiais militares de Rondônia, um da Bahia e dois agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Esses servidores públicos eram responsáveis por transportar entorpecentes e repassar informações sensíveis ao grupo criminoso.

A operação, realizada no dia 7 de novembro, teve como foco desmantelar a rede liderada por José Heliomar de Souza, traficante considerado o mentor intelectual e coordenador da organização criminosa, que operava em Porto Velho, Rondônia. Heliomar era responsável por coordenar o envio de grandes carregamentos de cocaína para a facção Comando Vermelho (CV) no Ceará, utilizando rotas terrestres para o transporte das drogas.

Os policiais investigados incluem:

  1. Roberte Paulo Aguiar Souza (Cabo Aguiar) – Lotado na Polícia Militar de Rondônia (PMRO), Aguiar foi preso pela PRF em janeiro de 2023, transportando 500 kg de cocaína em uma caminhonete na cidade de Vilhena (RO). Ele está atualmente foragido. Seu salário era de R$ 6.195,79.
  2. Gedeon Rocha de Almeida (Sargento G. Rocha) – Também da PM de Rondônia, Gedeon foi preso junto com Aguiar. Ele atuava como batedor, dirigindo um veículo à frente do transporte da droga para alertar sobre fiscalizações nas rodovias. Seu salário era de R$ 7.658,20.
  3. Francisco de Assis Araújo Melo (PM Bahia) – Cabo da PM da Bahia, Melo foi preso em setembro de 2022 em Icó (CE) pela PRF, transportando uma mala com R$ 689 mil em espécie e munições de fuzil. Durante seu depoimento, ele alegou que recebeu a mala de Heliomar para transportar a pedido de um amigo, o PRF Diego Duarte. Seu salário bruto era de R$ 6.084,29.
  4. Diego Dias Duarte (PRF, “Robocop”) – Agente da PRF lotado na Bahia, Duarte estava envolvido diretamente no transporte de drogas e também fornecia informações privilegiadas para a organização criminosa. Em 7 de novembro, a PF encontrou R$ 580 mil e US$ 8,1 mil em espécie em sua casa. Seu salário inicial na PRF era de R$ 11.670,33.
  5. Raphael Ângelo Alves da Nóbrega (PRF) – Agente da PRF, Raphael foi preso em 2023 transportando 542 kg de cocaína em Canarana (MT). Ele também realizava consultas em sistemas da PRF para avisar a organização criminosa sobre fiscalizações nas estradas. Raphael recebeu um Jeep Pass como pagamento pelo transporte da droga e foi demitido pelo Ministério da Justiça em julho de 2023, após um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Durante sua participação no esquema, ele e Duarte cobravam até R$ 2 mil por quilo de cocaína transportado.

Esses policiais são acusados de usar suas funções para facilitar o tráfico de drogas, repassando informações sigilosas e transportando grandes quantidades de entorpecentes. O caso está sendo investigado como parte da Operação Puritas, que visou desmantelar uma rede de tráfico de drogas com a colaboração de agentes da segurança pública.

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Bruno Rigacci

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