Trump anuncia Tom Homan como chefe de fronteiras e imigração
Na noite deste domingo (10), o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o retorno de Tom Homan à liderança da agência responsável pela fronteira e imigração, o Immigration and Customs Enforcement (ICE). Homan já havia trabalhado com Trump durante a primeira parte de seu primeiro mandato, entre 2017 e 2018, e foi diretor interino do ICE por um ano e cinco meses, período em que se destacou por sua abordagem rígida nas questões de imigração. Sua política “linha dura” lhe garantiu o apelido de “czar das fronteiras”, uma referência aos imperadores russos.
Conhecido por seu apoio à doutrina de “tolerância zero”, Homan foi um defensor do processo de criminalização de qualquer adulto que tentasse entrar nos Estados Unidos de forma irregular, o que resultou em separação de crianças de seus pais, já que menores de idade não podiam ser presos. Essa política foi um dos marcos mais polêmicos do governo Trump na área de imigração.
Trump se mostrou empolgado com a volta de Homan ao cargo, dizendo: “Tenho o prazer de anunciar que Tom Homan se juntará à administração Trump, responsável pelas fronteiras da nossa nação. Conheço Tom há muito tempo e não há ninguém melhor para policiar e controlar nossas fronteiras. Parabéns ao Tom. Não tenho dúvidas de que ele fará um trabalho fantástico”, afirmou o presidente eleito.
Deportação em Massa
A principal missão de Homan, segundo Trump, será coordenar a deportação em massa de imigrantes ilegais, uma das promessas mais emblemáticas de sua campanha para 2024. O plano, que se baseia na operação Wetback de 1954, promovida pelo governo de Dwight Eisenhower, visa a expulsão de imigrantes sem documentos. A operação original resultou na deportação de 1,3 milhão de imigrantes, e Trump pretende superar esses números, tornando-se a maior deportação da história dos Estados Unidos.
Trump defendeu sua posição em entrevista à CBS, afirmando que a ideia de deportação em massa não é racista. “Ouço muitas pessoas dizendo que falar de deportação em massa é racista, que é uma ameaça para a comunidade imigrante. Não é uma ameaça para a comunidade imigrante. Deveria ser uma ameaça para a comunidade de imigrantes ilegais. Mas, no meio de uma crise histórica de imigração ilegal, isso deve ser feito”, afirmou.
A Crise Imigratória nos EUA
A promessa de deportação ocorre em meio a uma das maiores crises migratórias enfrentadas pelos Estados Unidos. A entrada de imigrantes ilegais pela fronteira com o México atingiu níveis recordes durante o governo de Joe Biden, especialmente após a suspensão das restrições sanitárias relacionadas à pandemia de Covid-19. O número elevado de imigrantes ilegais tem gerado pressão sobre o governo federal, com prefeitos e governadores pedindo maior fiscalização nas fronteiras.
Em Nova York, as autoridades distribuíram panfletos em inglês e espanhol alertando que a cidade já não tinha mais capacidade para abrigar os imigrantes. No Texas, uma nova lei foi aprovada, autorizando a prisão de imigrantes ilegais, aumentando a tensão sobre a questão da imigração.
Com a nomeação de Homan para a liderança do ICE, Trump sinaliza que a política de imigração do governo terá um retorno a uma linha mais rigorosa, prometendo um endurecimento das medidas para controlar a entrada de imigrantes ilegais no país.