A deputada Hilton defende a mudança afirmando que a jornada 6×1 é “desumana” e não condiz com os direitos e a dignidade do trabalhador. Em suas palavras, a escala de trabalho impõe restrições à vida pessoal e social dos trabalhadores, limitando o tempo disponível para cuidar da família, desenvolver atividades pessoais, e até mesmo para buscar novas oportunidades de qualificação profissional. Hilton descreve essa rotina como “uma prisão” e incompatible com a dignidade humana.
O artigo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Constituição Federal já determinam que a jornada de trabalho não pode ultrapassar 8 horas diárias e 44 horas semanais, e permitem a compensação de horas ou a redução da jornada por meio de acordo coletivo ou convenção. No entanto, a proposta de Érica Hilton busca estabelecer limites ainda mais rígidos, favorecendo a qualidade de vida dos trabalhadores.
Enquanto o debate ganha força, políticos e sindicalistas se posicionam sobre os impactos dessa mudança. O senador Cleitinho (PP-MG) também se manifestou sobre o tema, levantando uma comparação entre a jornada de trabalho dos políticos e a dos trabalhadores comuns. Ele questionou a diferença de tratamento entre os benefícios e direitos dos legisladores e as condições de trabalho enfrentadas por quem labora nas mais diversas áreas, sugerindo que os próprios políticos também deveriam aderir a jornadas mais justas e equilibradas, em sintonia com a proposta de melhoria das condições de trabalho.
Esse tema, que já desperta forte polarização, reflete a crescente preocupação com as condições de trabalho no Brasil, além de abrir um debate mais amplo sobre os direitos dos trabalhadores, o empoderamento da classe trabalhadora e a humanização das jornadas.
A discussão sobre a jornada de trabalho 6×1 deverá continuar ganhando destaque nas próximas semanas, especialmente se a proposta avançar nas instâncias legislativas. O impacto dessa mudança pode ser significativo, tanto para a economia quanto para o bem-estar social, e será acompanhado de perto por empresários, sindicatos e movimentos trabalhistas.