Após uma fase de distanciamento do cenário político e de aproximações estratégicas com antigos aliados, como Alckmin e Rodrigo Garcia, Doria parece estar em busca de fortalecer suas relações para expandir os negócios do Grupo Lide, do qual retomou o comando em 2022. A iniciativa empresarial de Doria visa oferecer uma rede de contatos para grandes empresários e figuras influentes, como Michel Temer e ministros do STF, tornando-se um ponto de encontro para executivos com faturamento mínimo anual de R$ 200 milhões.
Em seu retorno ao meio empresarial, Doria encontrou resistências, especialmente entre membros do governo do PT, dado seu histórico de rivalidade com Lula. Em 2019, Doria fez uma piada sobre a prisão do petista, pela qual se desculpou em 2022, mas a relação em Brasília permaneceu tensa. Ao ampliar o Lide para eventos anuais em 20 países, Doria aposta em uma abordagem mais conciliadora, sem abandonar seu estilo de networking agressivo.
Para Doria, o silêncio de Lula quanto à carta não é um obstáculo. Ele declara-se aliviado com o pedido de desculpas, assumindo uma postura de pacificação e encerrando o capítulo de rivalidade que marcou sua carreira política. Doria afirma que sua “alma está leve” e espera o mesmo para Lula, sinalizando um futuro mais focado nos negócios e nas relações institucionais.