Esquerdista que pensa constata vitória de Bolsonaro e conclui: “A perseguição judicial não vai deter o bolsonarismo” (veja o vídeo)
Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), fez uma análise crítica do cenário político atual em sua recente participação no programa do site Brasil 247. Ele abordou as eleições municipais, com ênfase na atuação da esquerda, especialmente do Partido dos Trabalhadores (PT), e o crescimento do bolsonarismo no Brasil. Pimenta argumentou que o foco não deve ser apenas no número de prefeituras conquistadas, mas sim no volume de votos, onde, segundo ele, o bolsonarismo mostrou uma força muito maior que a da esquerda.
Pimenta foi direto ao classificar o desempenho do PT como “catastrófico”, destacando que a maior falha do partido foi a aposta em alianças que, segundo ele, comprometem seus princípios históricos. Ele citou o apoio ao candidato Guilherme Boulos em São Paulo como um erro estratégico, afirmando que essa escolha prejudicou a imagem do PT e gerou insatisfação, evidenciada pelo alto número de votos nulos. “Muitos eleitores não aceitaram a candidatura de Boulos, e os votos nulos refletem essa insatisfação”, disse.
Ampliando sua crítica, Pimenta observou que o PT abriu mão de candidaturas próprias em várias capitais, o que ele considera uma grave omissão. Ele também alertou que, ao buscar alianças com partidos do centrão, a esquerda se afastou de suas bases populares, contribuindo para o fortalecimento do bolsonarismo.
Pimenta expressou preocupação com a desmobilização da esquerda, alertando que o bolsonarismo está crescendo, especialmente entre os setores populares. “A esquerda está perdendo espaço, e isso é alarmante”, enfatizou. Para ele, o crescimento do bolsonarismo não deve ser subestimado, e a postura complacente de alguns setores da esquerda pode ter sérias consequências políticas.
Outro ponto crítico foi a forma como alguns na esquerda celebram vitórias eleitorais que, segundo ele, não representam avanços progressistas. Ele citou a reeleição de Eduardo Paes no Rio de Janeiro como um exemplo de celebração equivocada, já que, na visão de Pimenta, Paes não é uma figura de esquerda. “Comemorar a vitória de um direitista como se fosse um avanço da esquerda é ilusório e desarma politicamente as pessoas”, criticou.
Pimenta argumentou que essa comemoração de vitórias de candidatos não progressistas apenas desmobiliza a base da esquerda, criando uma falsa sensação de progresso. Ele destacou que um verdadeiro avanço político requer uma mobilização séria e alianças que respeitem os princípios históricos da esquerda, sem concessões ao centro ou à direita.
Em sua conclusão, Pimenta fez um alerta: sem uma mudança radical na estratégia do PT e da esquerda em geral, o bolsonarismo poderá dominar completamente o regime político. Ele reiterou a necessidade de retomar o diálogo com as bases populares e abandonar alianças que enfraquecem o movimento progressista. Para ele, apenas uma reorientação estratégica poderá impedir um avanço ainda maior do bolsonarismo, colocando em risco o futuro político do país.
Com essas declarações, Rui Costa Pimenta reforçou sua visão crítica sobre o momento atual da política brasileira e os desafios que a esquerda enfrenta para retomar o protagonismo nas próximas eleições. O caminho é difícil, mas necessário para evitar o domínio total do bolsonarismo na política nacional.
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