A vingança contra Lira está sendo encaminhada por seu ex-fiel aliado
O rompimento entre Lira e Elmar é recente, e já está reverberando nos bastidores do Congresso. O principal motivo da discórdia foi a escolha de Lira em apoiar o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu sucessor, uma decisão que desagradou Elmar, que tinha aspirações próprias para o cargo ou, pelo menos, esperava ser um dos principais articuladores da escolha.
De acordo com informações do jornalista Igor Gadelha, o desentendimento não é apenas uma discordância política, mas uma verdadeira traição, segundo aliados de Elmar. O deputado baiano, que anteriormente desempenhou um papel crucial nas articulações com Lira, agora promete retaliações que podem complicar os planos de seu ex-aliado.
Elmar tem deixado claro que sua intenção é desbancar Hugo Motta e garantir que o candidato de Lira não alcance mais do que o terceiro lugar na disputa pela presidência da Câmara. Essa estratégia não só impactaria a liderança de Lira, mas também enfraqueceria seus planos de manter controle político da Casa até sua possível candidatura ao Senado em 2026.
Para isso, Elmar está formando uma aliança inesperada com Antonio Brito (PSD-BA), que também lançou sua candidatura. Juntos, eles buscam forçar um segundo turno nas eleições, o que poderia tumultuar ainda mais o cenário e minar a influência de Lira. Embora Brito e Elmar sejam adversários em outros contextos, encontraram um interesse comum nesta disputa.
Se a eleição for levada a um segundo turno, as chances de Hugo Motta diminuem, já que é necessário obter a maioria absoluta dos votos no primeiro turno. Sem essa maioria, as negociações e rearranjos políticos podem beneficiar candidatos como Elmar ou Brito.
Além disso, outros partidos, como o Novo e o PSOL, já indicaram que devem lançar candidatos próprios ou posicionar-se na disputa. O PSOL, em particular, pode até considerar integrar um “bloco governista” contra os interesses de Lira e Motta.
As articulações políticas estão em pleno andamento, com a eleição para a presidência da Câmara marcada para fevereiro de 2025, mas os bastidores já fervilham com a busca por alianças e apoios.
A vingança de Elmar contra Arthur Lira reflete não apenas desentendimentos pessoais, mas uma luta pelo controle da Câmara e pelo poder que essa posição representa. Ser presidente da Câmara é um dos cargos mais importantes do país, com influência direta nas decisões do governo federal.
Para Lira, assegurar a vitória de Hugo Motta é crucial para manter sua relevância política e preparar seu caminho para o Senado. Para Elmar, desbancar o candidato de Lira e conquistar a presidência seria uma forma de se firmar como um articulador importante do Congresso, além de uma resposta ao que considera uma traição.
A disputa promete ser acirrada, e até o início de 2025, muitas coisas ainda podem mudar. O que é certo é que Elmar Nascimento está determinado a usar todas as suas cartas políticas para se vingar de Arthur Lira e redefinir o futuro da Câmara dos Deputados.