Haddad diz que governo estuda criação de imposto mínimo para super-ricos

Após a aprovação da reforma tributária sobre o consumo no final de 2023, o governo agora se prepara para discutir a reforma tributária sobre a renda, com diversas propostas em avaliação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que quatro cenários foram apresentados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda não tomou uma decisão final. Entre as propostas discutidas está a criação de uma nova taxa para pessoas físicas que recebem acima de R$ 1 milhão por ano, com alíquotas variando entre 12% e 15% sobre essa renda, impactando diretamente cerca de 250 mil contribuintes no Brasil.

Foco em Neutralidade Fiscal

De acordo com Haddad, um dos critérios fundamentais defendidos por Lula é a neutralidade da reforma em termos de arrecadação. Ou seja, a nova reforma não pode resultar em perda ou ganho significativo de receitas para o governo. Esse equilíbrio é necessário para garantir que a reforma não seja usada para solucionar o déficit fiscal herdado da gestão anterior, mas sim como uma medida para melhorar o sistema tributário brasileiro de maneira estruturada e justa.

Análise da Receita Federal e Comparação com a OCDE

Outro fator crucial é a avaliação da Receita Federal, que está estudando os diferentes cenários propostos. Haddad destacou que o objetivo é aproximar o Brasil das práticas de tributação de outros países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), tanto para a tributação de pessoas físicas quanto jurídicas. O ministro enfatizou que a busca é por um modelo mais justo e eficiente, em sintonia com o padrão internacional.

Discussão Técnica e Envolvimento do Congresso

Haddad reforçou que o governo não tem pressa em enviar o projeto ao Congresso Nacional, preferindo que o texto seja bem elaborado e tecnicamente embasado antes de ser apresentado. O ministro também mencionou que o governo deverá encaminhar mais de um projeto relacionado à reforma do Imposto de Renda, abordando questões específicas e mais controversas, que devem ser discutidas com o mercado antes de serem formalmente apresentadas ao Congresso.

A reforma sobre a renda promete ser uma etapa importante da agenda econômica do governo, buscando ajustar a tributação para os contribuintes mais ricos e adequar o sistema tributário brasileiro às práticas internacionais, ao mesmo tempo que mantém a neutralidade fiscal.

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Bruno Rigacci

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