O mea culpa de Marina Silva sobre queimadas “do amor”
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconheceu que a estratégia do governo para enfrentar a seca e as queimadas no Brasil não foi suficiente, classificando o país como uma “vítima” das mudanças climáticas. Em entrevista concedida antes de sua viagem aos Estados Unidos, onde participa da Cúpula do Futuro durante a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a ministra afirmou que o governo está ciente das falhas, mas tem se esforçado para lidar com a situação.
Marina Silva ressaltou que o Brasil está enfrentando as maiores secas dos últimos 73 anos no Pantanal e dos últimos 40 anos na Amazônia, fenômenos que não foram causados pelo próprio país, mas são resultado das mudanças climáticas globais. A ministra enfatizou que, embora o Brasil tenha sofrido com as críticas, essas cobranças são esperadas, mas os países desenvolvidos também precisam cumprir suas promessas, como o financiamento acordado no Acordo de Paris, que até agora não foi realizado.
Durante a campanha eleitoral de 2022, Lula e Marina criticaram o que chamaram de “negacionismo climático” do governo anterior, estabelecendo grandes expectativas para a gestão ambiental em 2023. No entanto, a situação das queimadas piorou, agravada por um período de seca extrema. Em agosto de 2023, o Monitor do Fogo da ONG MapBiomas registrou 5,65 milhões de hectares queimados, representando quase metade do total de incêndios florestais do ano.
Apesar dos esforços, o governo atual tem sido criticado pela incapacidade de lidar de forma eficaz com as queimadas. Lula e Marina prometeram mudanças significativas em suas políticas ambientais, mas as críticas de que o governo ainda não conseguiu frear os desastres naturais colocam um desafio para as metas ambientais propostas.
A fala de Marina Silva também destaca o papel que os países desenvolvidos devem desempenhar na contribuição financeira e no combate às mudanças climáticas, reforçando que o Brasil tem conseguido reduzir o desmatamento sem depender de ajuda externa, mas ainda precisa de cooperação internacional para enfrentar crises ambientais de grande escala.