A solicitação de informações foi feita pelo jornal Folha de S.Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) em abril de 2024, pouco mais de um mês após a viagem. O pedido buscava detalhes como o local de hospedagem, valores gastos e a fonte dos recursos utilizados para financiar a participação de Janja no evento. Contudo, as respostas fornecidas pelo governo têm sido parciais e contraditórias, levantando questionamentos sobre a transparência da gestão.
Inicialmente, a assessoria da primeira-dama informou que ela havia se hospedado na casa de terceiros, mas posteriormente afirmou que ela ficou na residência oficial brasileira em Nova Iorque. Em resposta a outro pedido de informações, o Ministério das Mulheres afirmou que Janja recebeu apenas passagens aéreas e seguro viagem, mas não recebeu diárias. Os dados disponíveis no painel de viagens do governo indicam que o custo da viagem de ida e volta entre Brasília e Nova Iorque foi de R$ 43,4 mil, pagos pelos cofres públicos.
A Folha fez sucessivas tentativas de obter mais esclarecimentos, incluindo recursos dirigidos ao Palácio do Planalto e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). No entanto, as respostas continuaram evasivas, com o governo alegando que a divulgação de informações mais detalhadas poderia representar um risco à segurança de Janja. A Casa Civil, por meio da secretária-executiva Miriam Belchior, confirmou que Janja não recebeu diárias e reforçou a negativa em liberar mais informações.
O ministro-chefe do GSI, Marcos Antonio Amaro, ratificou a decisão de manter o sigilo, enquanto a Secretaria de Comunicação Social (Secom) emitiu uma nota afirmando que os questionamentos estavam sendo respondidos conforme os processos formais. A recusa em fornecer detalhes tem gerado críticas por parte da imprensa e de setores da sociedade, que questionam a falta de transparência nas despesas relacionadas à primeira-dama, especialmente considerando o uso de recursos públicos.