Quem está na mira da PF e de Moraes por ter usado X durante bloqueio
A Polícia Federal (PF), sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, está conduzindo uma investigação para identificar e processar os usuários que continuaram utilizando a rede social X (antigo Twitter) após sua suspensão no Brasil. A plataforma foi bloqueada em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão do serviço a partir de 30 de agosto de 2023, com a atuação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A investigação da PF concentra-se especialmente em usuários que continuaram a postar regularmente na plataforma, contornando o bloqueio por meio de atalhos, como o uso de redes privadas virtuais (VPNs), cujo uso também foi vetado no país como parte da ordem de bloqueio. Entre os principais alvos da investigação estão deputados federais de direita e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Carla Zambelli (PL-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS).
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) também está sob investigação, tendo utilizado a rede social diversas vezes durante o período de suspensão, com uma série de postagens direcionadas ao ministro Moraes. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, publicou no X no dia 3 de setembro, desafiando a decisão judicial e alegando que, conforme a Constituição, ele não poderia ser punido retroativamente por algo que não era ilegal antes da ordem judicial.
Além dos parlamentares, a candidata à Prefeitura de São Paulo pelo partido Novo, Marina Helena, também ignorou a ordem de bloqueio e continuou postando na plataforma em diversas datas, incluindo 31 de agosto, 2, 3 e 16 de setembro. Ela chegou a comemorar a liberdade de poder postar no X sem recorrer a amigos estrangeiros para acessar a rede.
A ação da Polícia Federal faz parte de um esforço contínuo de cumprimento das decisões judiciais e do monitoramento de quem desafia a ordem do STF, com possíveis sanções àqueles que descumpriram a proibição de acesso à plataforma, especialmente utilizando artifícios como VPNs.