Suzane von Richthofen presta concurso para Tribunal de SP

Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais em 2002, fez uma tentativa surpreendente de reingressar na sociedade ao prestar um concurso público no último domingo (8) para o cargo de escrevente no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O concurso oferece um salário mensal de R$ 6.043 e atraiu atenção devido à história de Suzane, conhecida nacionalmente por seu crime brutal.

De acordo com a informação divulgada pelo jornalista Ullisses Campbell em sua coluna no jornal O Globo, esta não é a primeira vez que Suzane tenta ingressar no serviço público. Em 2023, ela se inscreveu para o cargo de telefonista na Câmara Municipal de Avaré, em São Paulo, mas desistiu de comparecer à prova devido à grande repercussão do caso. Desta vez, no entanto, Suzane participou efetivamente do exame, realizado em Campinas (SP), a cerca de 64 km de Bragança Paulista, onde ela reside.

Para evitar ser reconhecida, Suzane adotou medidas como o uso de óculos escuros e se misturou aos outros candidatos, que tiveram seus celulares confiscados ao entrar no local da prova. O concurso teve 1.335 inscritos, competindo por poucas vagas em Bragança Paulista. Apenas 32 candidatos avançarão para a segunda fase, que será uma prova prática, e no final, apenas três serão empossados.

O cargo de escrevente técnico judiciário exige ensino médio completo e é responsável por organizar os serviços administrativos no fórum, acompanhar o andamento de processos e realizar atendimento ao público. Caso Suzane fosse aprovada e tomasse posse, poderia potencialmente ter acesso e até mesmo manipular o andamento do próprio processo de execução penal, que se estende até 2041.

Entretanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo esclareceu que, mesmo que Suzane seja aprovada em todas as etapas do concurso, ela não será empossada devido à exigência de um atestado de antecedentes criminais, documento obrigatório para ingressar no serviço público. Este atestado é necessário para verificar se o candidato foi condenado por crimes que o desqualificam para o cargo, o que, no caso de Suzane, impossibilitaria sua admissão.

Embora seja improvável que Suzane consiga assumir o cargo, existe a possibilidade de que ela recorra judicialmente para garantir sua posse, caso seja aprovada no concurso. Este cenário levanta discussões sobre a reintegração de condenados à sociedade e os limites da reabilitação criminal, especialmente em casos de grande repercussão como o de Suzane von Richthofen.

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Bruno Rigacci

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