Moraes foi a festa com ministros após vazamento de mensagens

Na noite desta terça-feira (13), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), participou de uma festa de aniversário acompanhado dos outros ministros da Corte. O evento ocorreu logo após o escândalo do vazamento de mensagens que indicam que Moraes teria usado indevidamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo informações da colunista Clarissa Oliveira, da CNN Brasil, o magistrado compareceu à celebração de aniversário da esposa do ministro Gilmar Mendes, a advogada Guiomar Mendes, em uma mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília. De acordo com fontes presentes, Moraes demonstrou estar “tranquilo” e “sereno”, recebendo muitos abraços e solidariedade por parte dos colegas do STF e da magistratura.

Apesar das críticas internas à atuação de Moraes, apoiadores do magistrado acreditam que o STF insistirá na versão de que ele não extrapolou suas funções, a fim de preservar o “espírito de corpo da Corte” e não por em risco inquéritos contra Bolsonaro.

Além de Moraes, também compareceram os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Nunes Marques, André Mendonça, Edson Fachin e Luiz Fux. Também estiveram presentes o ministro da Justiça do governo Lula (PT), Ricardo Lewandowski, o advogado-geral da União, Jorge Messias, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Vinícius de Carvalho, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Vazamento de mensagens

Uma reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira (13) indicou que, no período em que Moraes presidia o TSE, seu gabinete no STF teria usado de maneira não oficial a estrutura do TSE para produzir relatórios sobre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os documentos produzidos pelo setor de combate à desinformação da Corte Eleitoral foram usados para embasar decisões do ministro no inquérito das fake news, do STF.

Entre os nomes citados pela reportagem estão o juiz instrutor Airton Vieira, assessor de Moraes no Supremo, e Eduardo Tagliaferro, perito criminal que comanda a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE. Segundo a Folha, alguns documentos apontaram que os ofícios foram pedidos por algum juiz auxiliar do TSE ou, em alguns casos, como denúncia anônima.

O juiz instrutor do gabinete do ministro, Airton Vieira, chegou a sugerir uma estratégia para evitar que o uso do TSE para embasar investigações contra aliados de Bolsonaro se tornasse descarado.

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Bruno Rigacci

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