PF indicia Zé Trovão e Sérgio Reis por atos antidemocráticos
A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) e o cantor Sérgio Reis, juntamente com outras 11 pessoas, por suposta organização de atos antidemocráticos ocorridos às vésperas do feriado de 7 de Setembro de 2021. Na época, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro defendiam o fechamento de rodovias e o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo foi acusado de incitação ao crime, associação criminosa e tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes. Oswaldo Eustáquio, jornalista bolsonarista, também foi indiciado, mas apenas pelos dois primeiros delitos.
Zé Trovão chegou a ter prisão preventiva decretada em setembro de 2021 e ficou foragido por mais de um mês até se entregar à polícia em outubro do mesmo ano, em Joinville, Santa Catarina. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi o autor do pedido de prisão.
O cantor Sérgio Reis prestou depoimento à Polícia Federal na época e afirmou que se reuniu com os comandantes das Forças Armadas em agosto de 2021, no Palácio do Planalto. O encontro ocorreu a convite do ex-presidente Jair Bolsonaro e também reuniu o cantor Eduardo Araújo. Sérgio Reis negou que os presentes tenham tratado das manifestações marcadas para 7 de setembro, que prometiam ser uma grande demonstração de apoio popular a Bolsonaro.
Oswaldo Eustáquio, por sua vez, alegou perseguição política e afirmou que seu indiciamento se baseia na entrevista que fez com Zé Trovão, caracterizando-o como exercício do jornalismo. Vale ressaltar que o fato de alguém ser indiciado não implica necessariamente que tenha cometido crimes, mas sim que há elementos que apontam para possíveis ilegalidades.