Estadão diz que falha do governo em relação à dengue é inaceitável
Em um duro editorial publicado recentemente, o jornal O Estado de S. Paulo critica veementemente a falha do Ministério da Saúde no combate à dengue, classificando-a como “inaceitável” e exigindo medidas urgentes para conter a epidemia que já assola o país.
Um cenário alarmante:
- Mais de 3,3 milhões de brasileiros infectados pela doença, um número recorde que supera em muito os casos registrados em anos anteriores.
- Mais de 1.400 mortes confirmadas, com outras 1.929 ainda em investigação, configurando um quadro trágico de saúde pública.
- Um verão com alto risco de epidemia se aproximando, exigindo ações imediatas e eficazes do governo.
Fatores que agravam a crise:
- Falta de coordenação entre o Ministério da Saúde e os municípios: A omissão do ministério em liderar e orientar as ações de combate à dengue gerou um cenário de desorganização e ineficiência.
- Cortes orçamentários irresponsáveis: Redução de 83,3% na contratação de Agentes Comunitários de Endemias (ACEs) entre 2022 e 2023, privando o país de profissionais essenciais no combate ao mosquito Aedes aegypti.
- Queda de investimentos em campanhas de conscientização: Diminuição dos recursos destinados a campanhas educativas sobre a dengue, dificultando a prevenção da doença entre a população.
Especialistas reforçam a importância dos ACEs:
- Epidemiologistas alertam que o trabalho dos ACEs é crucial para o controle do mosquito Aedes aegypti e a prevenção de doenças como a dengue.
- Atuação em áreas de risco: Os ACEs realizam visitas domiciliares, eliminando criadouros do mosquito e orientando a população sobre medidas de prevenção.
- Redução drástica compromete o combate à dengue: A drástica redução no número de ACEs coloca em risco a saúde pública e aumenta o potencial de proliferação do mosquito.
Ministério da Saúde falha em medidas essenciais:
- Campanhas de conscientização: Apesar do risco elevado de epidemia no verão, o Ministério da Saúde cortou verbas para campanhas de alerta à população sobre a dengue.
- Medidas paliativas insuficientes: Ações como a manutenção de estoques de medicamentos e repasses de recursos para vigilância sanitária, embora importantes, não são suficientes para conter a crise.
O que precisa ser feito:
- Aumento imediato da contratação de ACEs: Reverter o corte drástico na contratação de ACEs e garantir que haja um número suficiente de profissionais para atuar na linha de frente do combate à dengue.
- Campanhas de conscientização em larga escala: Investir em campanhas educativas amplas e informativas sobre a dengue, conscientizando a população sobre os riscos da doença e medidas de prevenção.
- Liberação de recursos para ações de combate à dengue: Destinar recursos financeiros suficientes para ações de combate à dengue, incluindo a compra de insumos, intensificação da vigilância epidemiológica e apoio aos municípios.
- Coordenação eficaz entre União, estados e municípios: Estabelecer uma estratégia nacional unificada para o combate à dengue, com ações coordenadas entre o Ministério da Saúde, estados e municípios.
Um alerta para o futuro:
- A omissão do Ministério da Saúde na epidemia de dengue de 2024 é inaceitável e exige medidas urgentes para evitar que tragédias como essa se repitam.
- Investir em ações preventivas e estruturantes é fundamental para proteger a saúde da população e evitar futuras epidemias.
- O combate à dengue exige um esforço conjunto do governo, da sociedade civil e de cada cidadão.
Somente com medidas firmes e responsáveis será possível combater a dengue e garantir a saúde pública do Brasil.