Otoni denuncia “ameaças” de ministros do STF sobre deputados

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) relatou à Justiça que presenciou “alguns ministros” do Supremo Tribunal Federal (STF) fazendo “ameaças veladas” a parlamentares com a finalidade de exercer pressão para que votassem pela manutenção da prisão de Daniel Silveira.

Em grave acusação, Otoni testemunhou o que chamou de “ingerência política” em episódios que antecederam a sessão da Câmara que cassou Silveira, em 2021.

– Quero acrescentar no meu depoimento um testemunho triste para a história do parlamento, triste para a história do Brasil, mas que é um testemunho que eu presenciei dentro do parlamento, que foi uma infeliz ingerência. É óbvio que, ao comentar isso aqui, em depoimento, eu não tenho como apresentar provas – disse o deputado.

Otoni revelou que até mesmo colegas bem antigos de parlamento lhe confidenciaram nunca ter visto “uma ingerência política vinda de alguns ministros do STF” a fim de contribuir para manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

– Infelizmente, durante o processo em que a Câmara Federal ratificou a prisão do deputado Daniel Silveira, nós nunca vimos naquele parlamento, contado por colegas que lá estão há muito mais tempo do que eu, uma ingerência política vinda de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal para que se ratificasse a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

O parlamentar denunciou também que se não fosse essa pressão feita por ministros do STF sobre a Câmara, “a prisão de Silveira teria sido revertida”.

– Todos os órgãos têm o seu corporativismo. O parlamento também é corporativista. É quase impossível vê-lo ratificar a prisão de um colega, porque vai abrir precedentes para que outros sejam presos também – observou.

– Mas o que eu vi, posso testemunhar, mesmo sem provas, mas como eu estou sob julgamento eu posso afirmar ao senhor, se não houvesse ameaças veladas, sérias, dentro do parlamento federal para manutenção da prisão do deputado Daniel Silveira, a decisão do parlamento seria contrária à decisão do ministro Alexandre de Moraes.

O deputado disse não se lembrar quais ministros do STF teriam praticado tais atos denunciados.

*Pleno News

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Bruno Rigacci

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