Barroso diz que Forças Armadas fizeram um “papelão” no TSE

Política Nacional

Em Aula Magna na PUC de São Paulo, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, fez duras críticas à politização das Forças Armadas. Afirmando que tal atitude “talvez tenha sido uma das coisas mais dramáticas para a democracia”, Barroso acusou militares de “deslealdade” e de terem feito um “papelão” no TSE.

“Tenho o maior respeito pelas Forças Armadas, mas foram manipulados e arremessados na política por lideranças. Convidados para ajudar na segurança e transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficarem dando suspeitas falsas, quando a lealdade é um valor que se ensina nas Forças Armadas”, declarou.

Barroso destacou que, após a redemocratização, as Forças Armadas “tiveram comportamento exemplar no Brasil, de não ingerência e interferência, de cumprir suas missões constitucionais”.

O ministro também criticou o “populismo de extrema-direita”, o uso de plataformas digitais para “disseminar discurso de ódio e tentar destruir reputações” e o “uso abusivo da religião”.

“Não se pode aparelhar a religião para servir a causas. Você usar a religião e dizer ‘o meu adversário é o demônio’ é uma forma pavorosa de manipular a crença e a ingenuidade das pessoas”, disse.

Embora não tenha citado nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, Barroso fez referência a questões atribuídas ao seu governo, como a politização das Forças Armadas e o uso da religião como arma política.

“Vivemos momentos muito difíceis e agora sabemos que um pouco mais difíceis do que imaginávamos, mas as instituições venceram e acho que estamos em um processo de reconstrução”, assinalou.

As declarações de Barroso geraram debate acalorado. Seus críticos o acusaram de parcialidade e de tentar interferir no processo eleitoral. Já seus defensores elogiaram sua coragem em defender a democracia e as instituições.

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