“Golpe usando a Constituição? Tenha santa paciência”
Em discurso inflamado durante o ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista neste domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou veementemente as acusações de que teria tentado dar um golpe de Estado no Brasil.
Rebatendo as críticas da imprensa e da oposição
Bolsonaro se referiu às frequentes menções da imprensa e da oposição à sua suposta intenção de dar um golpe durante seu mandato. Ele questionou a definição de “golpe” e argumentou que nada do que ele fez durante seus quatro anos como presidente se encaixa nesse conceito.
“Sempre ouvi dizer ‘Bolsonaro queria dar um golpe’ desde que assumi. O que é um golpe? É ter tanques nas ruas, usar armas, conspirar, atrair classes empresariais para o seu lado. Nada disso foi feito no Brasil. Nada disso eu fiz, e ainda assim continuam me acusando de golpe”, declarou o ex-presidente.
A “minuta do golpe” e o estado de sítio
Bolsonaro também abordou a polêmica “minuta de decreto” que foi encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, documento que mencionava a instauração do estado de sítio no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele argumentou que a minuta não configura um plano de golpe, pois o estado de sítio, segundo a Constituição Federal, precisa ser aprovado pelos conselhos da República e da Defesa, o que nunca foi feito.
“Um golpe usando a Constituição? Deixo claro que o estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Apesar de não ser um golpe, o estado de sítio não foi convocado, nem os conselhos da República nem da Defesa foram consultados”, disse Bolsonaro.
Reações e debate
O discurso de Bolsonaro gerou reações diversas. Seus seguidores aplaudiram e vibraram com suas palavras, enquanto seus críticos o acusaram de tentar manipular a opinião pública e deslegitimar as instituições democráticas.
O debate sobre a suposta tentativa de golpe de Estado por parte de Bolsonaro tende a se intensificar nos próximos meses e anos. A análise das investigações em curso e a avaliação do papel de Bolsonaro nesse episódio serão fundamentais para o futuro da democracia brasileira.