Deltan sobre decisão de Dias Toffoli: “Pacotão” da impunidade

Política Nacional

O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, não poupou críticas à decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu os pagamentos do acordo de leniência da Novonor (antiga Odebrecht). Para Dallagnol, a medida faz parte de um “grande pacotão” para garantir a impunidade de políticos e empresários envolvidos em crimes de corrupção.

Em entrevista, Deltan destacou que a decisão beneficia “pessoas que confessaram praticar crimes”, enquanto outros réus têm seus casos anulados. Ele frisou que a sociedade é a grande prejudicada, pois é a dona do dinheiro desviado e acaba arcando com as consequências da impunidade.

“E quem paga o pato disso tudo é, sempre, a sociedade. Sempre foi assim no Brasil. Os corruptos saem impunes. E o Supremo Tribunal Federal está garantindo que isso continue da mesma forma”, condenou Deltan.

Relação de Toffoli com o esquema:

As críticas de Deltan se intensificam quando se considera o histórico de Dias Toffoli com a Odebrecht. O ex-procurador relembra que o ministro foi citado nos acordos de leniência da empresa, inclusive sendo chamado por Marcelo Odebrecht como “amigo do amigo do meu pai”, em referência à sua amizade com o ex-presidente Lula.

Procuradores da Lava Jato, inclusive, concluíram que existiam indícios suficientes para investigar Toffoli por “possível cometimento de fato penalmente relevante” quando ele era advogado-geral da União.

Diante das evidências, a decisão de Toffoli de beneficiar a Novonor é vista por Deltan como mais um capítulo na luta contra a impunidade no Brasil. O ex-procurador reforça que a sociedade precisa estar atenta a esse tipo de manobra e cobrar das autoridades uma postura firme no combate à corrupção.

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