A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados está planejando convocar o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para esclarecer a significativa redução no volume de apreensões de maconha e cocaína no Brasil em 2023, em comparação com o ano anterior. O pedido de convocação foi apresentado pelo deputado Coronel Meira e, segundo informações, já está se tornando um consenso dentro da comissão. Neste artigo, examinaremos as razões por trás dessa queda nas apreensões e o que o Ministro Flávio Dino pode explicar em relação a esse cenário.
Em um levantamento recente, foi revelado que até o dia 1º de agosto de 2023, o volume de maconha apreendida no Brasil caiu 28,6% em comparação com o mesmo período de 2022. Além disso, as apreensões de cocaína também sofreram uma queda significativa, diminuindo em 31,4% no mesmo período. Esses números são alarmantes, uma vez que a luta contra o tráfico de drogas é uma das principais prioridades das autoridades brasileiras.
O deputado Coronel Meira, ao solicitar a convocação do Ministro Flávio Dino, destacou a “máxima relevância” de entender as razões por trás da súbita redução nas operações policiais voltadas para a apreensão de drogas. Ele enfatizou que essas apreensões desempenham um papel crucial no combate ao crime organizado no Brasil. Portanto, é essencial que o Ministro da Justiça e Segurança Pública explique por que essas operações estão diminuindo.
Para compreender melhor a magnitude dessa queda, é importante analisar as estatísticas em detalhes. Em 2022, as apreensões de maconha realizadas pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) totalizaram quase 960 toneladas até o dia 1º de agosto. No mesmo período de 2023, a PF apreendeu 410 toneladas, enquanto a PRF apreendeu 275 toneladas, somando um total de 685 toneladas, representando uma queda de 28,6%.
No que diz respeito à cocaína, a PF apreendeu 70,5 toneladas até agosto de 2022, enquanto a PRF apreendeu 34,5 toneladas, totalizando 105 toneladas. Em 2023, a PF apreendeu 44,3 toneladas e a PRF alcançou 27,5 toneladas no mesmo período, somando 71,8 toneladas. Isso reflete uma diminuição de 31,4% nas apreensões em comparação com o ano anterior.
A Polícia Federal, em resposta a essa queda nas apreensões, argumentou que houve uma mudança de foco em suas operações. Eles afirmaram que agora estão concentrados na desarticulação das estruturas financeiras de organizações criminosas, em vez de apenas na apreensão de drogas. Essa mudança de estratégia pode estar relacionada às alterações nas táticas do crime organizado, que buscam cada vez mais ocultar seus ativos financeiros.
A convocação do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para explicar a queda nas apreensões de maconha e cocaína em 2023 é uma medida importante para esclarecer as razões por trás desse cenário preocupante. É fundamental que as autoridades brasileiras compreendam as mudanças nas operações policiais e estejam preparadas para enfrentar os desafios em constante evolução do combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado. A segurança pública e a saúde da população dependem dessas ações eficazes.
