Pela 1ª vez, Nasa consegue trazer à Terra amostra de um asteroide
Em um marco histórico, a NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos) conseguiu com sucesso trazer uma amostra de um asteroide para a Terra no último domingo (24). Esta notável conquista é a primeira vez na história da NASA que uma amostra de asteroide é trazida de volta, e os cientistas esperam que ela forneça informações valiosas sobre a origem da vida e a formação do sistema solar há aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
A cápsula da NASA, que continha as amostras do asteroide Bennu, pousou no deserto de Utah, nos Estados Unidos, às 8h52 (horário local) no domingo, encerrando uma jornada que durou sete anos. Esta missão, chamada “Osiris-Rex”, é um testemunho da determinação e do avanço da exploração espacial.
A quantidade exata de detritos coletados do asteroide Bennu será determinada apenas quando a cápsula for aberta, o que está previsto para ocorrer dentro de dois dias. No entanto, os cientistas estimam que tenham recolhido cerca de 250 gramas de material, que inclui poeira e rochas do asteroide.
A importância desse feito não pode ser subestimada. Cientistas acreditam que os asteroides são “cápsulas do tempo” que contêm moléculas que datam da formação do sistema solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos. A análise dessas moléculas pode fornecer insights cruciais sobre a origem do sistema solar e possivelmente esclarecer questões fundamentais sobre a formação da vida.
Os cientistas escolheram o asteroide Bennu porque ele é rico em moléculas orgânicas e sua órbita é bem conhecida, tornando-o uma escolha ideal para essa missão de coleta de amostras.
Bennu, descoberto em 1999, acredita-se ter se formado a partir de fragmentos de um asteroide muito maior após uma colisão. Com cerca de meio quilômetro de largura, aproximadamente a altura do Empire State Building, sua superfície é áspera e preta, coberta por grandes rochas.
Além da pesquisa sobre a origem do sistema solar, a missão também tem implicações práticas. Existe uma pequena probabilidade de que Bennu colida com a Terra dentro de 159 anos, embora essa possibilidade seja baixa, com apenas 0,057%. O conhecimento adquirido com essa missão pode ajudar os cientistas a desenvolver estratégias para desviar asteroides potencialmente perigosos no futuro.
O momento mais emocionante da missão ocorreu quando o paraquedas, de aproximadamente 81 por 50 centímetros, foi acionado, desacelerando a cápsula e garantindo que os restos do asteroide Bennu não caíssem no deserto de Utah.
Com a chegada da cápsula à Terra, conclui-se uma jornada que começou em 2016, com o lançamento da “Osiris-Rex” do Centro Espacial da NASA em Cabo Canaveral, na Flórida.
A amostra será transferida para uma sala hermética, livre de qualquer outra molécula, em uma base militar próxima, para garantir que ela permaneça livre de contaminação. A pureza da amostra é crucial, pois os meteoritos frequentemente trazem informações úteis, mas essas informações podem ser alteradas quando chegam à Terra.
Para estudar essa amostra valiosa em condições ideais, a cápsula será transportada para o Johnson Space Center da NASA, no Texas, onde será guardada em uma sala designada exclusivamente para sua preservação.
Aproximadamente 70% dos restos coletados serão preservados, proporcionando às futuras gerações de cientistas a oportunidade de responder às grandes questões sobre a origem do universo com tecnologias que nem sequer podemos imaginar hoje. Esta conquista representa um passo significativo no avanço do conhecimento humano sobre o cosmos e a história de nosso sistema solar.