Durante sua sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento dos réus envolvidos nos atos ocorridos em 8 de janeiro, o desembargador aposentado e advogado Sebastião Coelho dirigiu palavras fortes aos ministros da Suprema Corte. Ele defende o primeiro réu julgado, Aécio Lúcio Costa Pereira, acusado de participação nas manifestações radicais no Distrito Federal, que resultaram em depredações às sedes dos Três Poderes.
Coelho declarou aos ministros que eles são as pessoas mais odiadas no Brasil e expressou sua visão de que os membros do STF enfrentam uma realidade de serem amplamente desaprovados no país. Ele também mencionou ter muitas fotos com ministros do STF, mas evitou participar do velório de Sepúlveda Pertence, uma figura de destaque no mundo jurídico brasileiro, como uma forma de protesto contra a Suprema Corte.
O ex-desembargador atualmente enfrenta uma ação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devido às suas declarações de ameaça de prender o ministro Alexandre de Moraes em meio aos protestos que ocorreram após o resultado do segundo turno da eleição presidencial do ano passado. Coelho fez esses comentários enquanto estava no cargo no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) e repetiu suas afirmações em eventos no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, onde os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se concentravam.
Durante sua intervenção no STF, Coelho também afirmou que a Suprema Corte é ilegítima para julgar esses réus, argumentando que eles não gozam de foro privilegiado. Suas palavras inflamadas durante o julgamento refletem a polarização política e as tensões que têm envolvido o sistema judicial e o debate público no Brasil nos últimos anos.
