Presidente da CPMI do 8/1 ameaça expulsar deputados do PL

Política Nacional

O clima na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro atingiu um ponto de tensão hoje, quando o presidente da comissão, Arthur Maia, ameaçou tomar medidas enérgicas para conter a interferência de certos parlamentares nos procedimentos da CPMI. O destaque desse confronto foi a atitude dos deputados André Fernandes e Abílio Brunini, ambos do partido PL, que interromperam a fala da deputada Jandira Feghali durante a sessão desta quinta-feira (31).

O presidente Arthur Maia, representante do União Brasil-BA na CPMI, não hesitou em agir diante das interrupções dos parlamentares. “Querem tumultuar a sessão, porque não têm argumentos. Conversa absurda essa”, afirmou Maia, demonstrando sua frustração com a conduta dos deputados. Em um momento de tensão crescente, Maia deixou claro que não permitiria tal comportamento e afirmou que tomaria medidas para evitar a continuação dessas ações perturbadoras.

A resposta veemente do presidente da CPMI veio acompanhada de uma advertência firme. “Eu fico calmo da forma que eu quiser, mas eu lhe garanto que vossa excelência não vai tumultuar a sessão. Não vai tumultuar! Eu mando vossa excelência interromper a sua fala que eu lhe retiro do plenário. Se vossa excelência continuar com essa argumentação e provocando a mesa, eu vou mandar retirar vossa excelência do plenário”, declarou Maia, enfatizando sua determinação em manter a ordem e a produtividade na sessão.

Abílio Brunini, que estava em pé ao lado da Mesa Diretora, parecia estar alimentando ainda mais a confusão com sua postura instigadora. Enquanto isso, os demais parlamentares presentes assistiam ao embate com uma mistura de surpresa e inquietação.

A sessão da CPMI tinha um objetivo crucial para o dia: colher o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias. A testemunha era aguardada com grande expectativa pela oposição desde o início dos trabalhos da comissão, o que conferia à sessão um peso adicional de importância.

Não demorou muito para que a reação dos parlamentares envolvidos no incidente chegasse às redes sociais. O deputado André Fernandes utilizou suas plataformas para expressar seu ponto de vista sobre o acontecimento. De acordo com ele, Arthur Maia estava “nervosinho” e não estava fazendo pronunciamentos coerentes. O deputado defendeu sua posição, deixando claro que não se calaria diante das ameaças. Em sua mensagem, Fernandes destacou que o presidente da CPMI citou o artigo 22 do Senado, mas não o leu em sua totalidade, sugerindo que Maia poderia estar interpretando o regulamento de maneira seletiva.

O episódio deixou claro o clima tenso que permeia a CPMI do 8 de Janeiro e como a polarização política e as diferenças de opinião podem interferir no andamento dos trabalhos legislativos. A atitude firme de Arthur Maia evidenciou a sua determinação em manter a ordem e a produtividade, mesmo que isso signifique enfrentar diretamente os parlamentares que ameaçam a harmonia da comissão.

A sessão, marcada por debates acalorados e confrontos verbais, continua a suscitar dúvidas sobre a capacidade do órgão de conduzir as investigações de maneira imparcial e eficaz. À medida que o país acompanha o desenrolar dos eventos na CPMI do 8 de Janeiro, a população se pergunta se os resultados esperados da investigação serão alcançados ou se o cenário político conturbado continuará a influenciar os rumos das atividades parlamentares.

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