Tarcísio defende recusa de livros do MEC e quer material melhor

Brasil

O governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, reiterou nesta quinta-feira (10) o apoio à decisão do secretário de Educação, Renato Feder, de rejeitar a oferta de 10 milhões de livros didáticos adquiridos pelo Ministério da Educação (MEC) para distribuição nas escolas públicas de todo o Brasil.

“Temos como objetivo padronizar todas as aulas, todos os conteúdos, de forma que possamos ter o mesmo material em todas as regiões do estado. O que buscamos é um material didático compatível”, afirmou o governador.

Tarcísio de Freitas destacou ainda o empenho de uma equipe de cem educadores no desenvolvimento desse material didático específico.

Após a controvérsia gerada em torno da proposta de aulas em formato de slides digitais transmitidos pela televisão, o governo agora indica a continuação da utilização de livros didáticos, mas não os mesmos que seriam distribuídos pelo MEC. Esses novos materiais não serão uniformes em todas as regiões do país, e São Paulo continuará excluído do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), optando por retomar a produção de apostilas que já eram utilizadas na rede estadual.

Tarcísio de Freitas defendeu a decisão de não adotar os livros do MEC e enalteceu a experiência do secretário Renato Feder, que teria implementado uma estratégia semelhante no estado do Paraná. Segundo o governador, o Paraná alcançou um avanço significativo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) durante a gestão de Feder.

Investigações estão em andamento após a recusa do Estado em aceitar os 10 milhões de livros do PNLD. O Ministério Público solicitou justificativas pedagógicas e financeiras à secretaria de educação, buscando esclarecimentos sobre a produção dos materiais didáticos estaduais, critérios de avaliação e investimentos.

Vale destacar que os livros do MEC são enviados gratuitamente para todos os estados.

Além disso, há uma investigação em curso sobre um possível conflito de interesses entre Renato Feder e sua pasta. Feder é acionista de uma offshore que detém 28,16% das ações da Multilaser, empresa que mantém contratos no valor de R$ 200 milhões com a secretaria de educação. O governador ressaltou que a Multilaser não participará de licitações da Secretaria da Educação enquanto Feder estiver no governo.

Em um evento na USP, onde apresentou um projeto experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol, Tarcísio de Freitas enfrentou protestos de estudantes que cobravam respostas sobre mortes ocorridas durante a operação Escudo no Guarujá.

Questionado sobre os protestos, o governador respondeu: “Não vi.”

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *