Lira determina que CPI do MST cancele depoimento de Rui Costa

Política Nacional

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tomou uma decisão inesperada ao cancelar o aguardado depoimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST. O depoimento estava originalmente agendado para ocorrer nesta quarta-feira (9), porém, de acordo com fontes internas, uma série de desenvolvimentos culminou nesse surpreendente desfecho.

A determinação de Lira foi publicada nas primeiras horas da manhã, pouco antes do horário previsto para a oitiva, no Diário da Câmara dos Deputados. A ação foi desencadeada a partir de um pedido formulado pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP), que argumentou contra a relevância da convocação do ministro Rui Costa para prestar depoimento à CPI do MST. Esse movimento de cancelamento ocorreu curiosamente após um encontro entre Lira e o próprio ministro, que se reuniram em Brasília um dia antes do cancelamento abrupto.

O motivo central alegado por Arthur Lira para justificar a decisão de cancelar o depoimento reside no argumento apresentado por Nilto Tatto. Lira sustenta que não foi estabelecida nenhuma conexão clara entre a atuação da Casa Civil e as invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em suas palavras, “Não se demonstrou no requerimento a conexão entre as atribuições do ministro da Casa Civil da Presidência da República e os fatos investigados pela CPI sobre o MST. Somente podem ser convocados ministros de Estado para prestarem informações perante Comissões quando há correlação entre o campo temático do ministério e o conteúdo substancial das atribuições do órgão convocador”, ressaltou o presidente da Câmara.

O requerimento que originalmente convocou o ministro Rui Costa para prestar depoimento foi proposto pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI do MST. Salles sustentava que o ministro, enquanto governador do estado da Bahia, não tomou medidas suficientes para conter as invasões do MST na região. Além disso, Salles tinha interesse em questionar o ministro sobre o papel da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em relação ao grupo, considerando que a entidade está sob a alçada da Casa Civil.

Essa reviravolta no cenário político despertou questionamentos sobre a independência da CPI do MST e a natureza das decisões tomadas pelos líderes da Câmara dos Deputados. Críticos alegam que o cancelamento do depoimento pode comprometer a integridade das investigações em curso e levantar suspeitas sobre a motivação por trás dessa ação surpreendente.

Enquanto os holofotes se voltam para o desenrolar dessa situação inesperada, os membros da CPI do MST e a população em geral aguardam ansiosamente por respostas e esclarecimentos. A decisão de Arthur Lira de cancelar o depoimento do ministro Rui Costa gerou uma onda de incertezas e acirrou os ânimos em um cenário político já marcado por polarizações e debates acalorados.

Em meio a essas reviravoltas, fica evidente que o desenrolar dos eventos continuará a captar a atenção da nação, lançando luz sobre os bastidores do poder e os desafios enfrentados pelas instituições democráticas do país. A CPI do MST, que tinha como objetivo investigar as ações e influências do movimento, agora enfrenta um novo capítulo carregado de questionamentos sobre a transparência e a imparcialidade do processo investigativo.

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