Na noite da última quarta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), realizou uma reunião secreta com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e membro do Progressistas (PP-AL), no Palácio da Alvorada. O encontro não foi divulgado na agenda oficial da Presidência da República nem na agenda de Lira. Ambas as assessorias negaram inicialmente que a reunião tivesse ocorrido, conforme reportado por O Globo.
De acordo com auxiliares do presidente, a conversa foi marcada de última hora e eles dialogaram por cerca de três horas. Arthur Lira deixou a residência oficial da Presidência da República após as 23h.
Aliados de Lula esperavam que a conversa com Lira acontecesse na manhã seguinte, quinta-feira (3), e também foram surpreendidos com a antecipação repentina do encontro.
A reunião acontece em meio a um momento de intensas negociações políticas, com partidos do chamado Centrão, incluindo o Progressistas de Lira e o Republicanos, aderindo à base do governo de Lula, em busca de cargos ministeriais e outras vantagens políticas. Segundo informações, Lula já teria definido que os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) assumiriam ministérios, mas ainda não teria tomado uma decisão final sobre quais pastas seriam oferecidas a eles.
A reunião sigilosa entre o presidente e o presidente da Câmara levanta questionamentos sobre o que foi discutido e quais acordos políticos podem estar em andamento. A proximidade entre Lula e os partidos do Centrão é vista como uma estratégia para fortalecer a base política do governo e garantir maior apoio no Congresso Nacional. Entretanto, o fato de a reunião ter sido omitida inicialmente pode gerar polêmica e críticas por falta de transparência e prestação de contas à sociedade sobre as ações do governo.
