Evangélicos marcham em Caracas contra projeto de lei de discriminação e em defesa da família tradicional
Caracas, 13 de julho de 2023 – Uma impressionante marcha de centenas de evangélicos tomou as ruas de Caracas nesta quinta-feira, em um protesto pacífico em frente ao Parlamento da Venezuela. Os manifestantes entregaram um documento aos deputados, pedindo que rejeitem um projeto de lei de “lei contra discriminação” em discussão no órgão legislativo.
Ao som de cânticos cristãos e portando faixas que defendiam “o modelo original de família”, os fiéis percorreram cerca de dois quilômetros pelo centro de Caracas, acompanhados por forças policiais que garantiram a segurança durante o trajeto. A passeata culminou em uma grande plataforma montada em frente aos escritórios administrativos do Parlamento.
Tanto no local do protesto quanto ao longo do percurso, os manifestantes dedicaram vários minutos à oração, clamando a Deus para que proteja as famílias venezuelanas dos perigos que, segundo eles, as ameaçam, como a hipersexualização das crianças e a exposição excessiva a telas e redes sociais.
Nahum Fernández, chefe do governo de Caracas, marcou presença no evento, assim como um grupo de deputados da Assembleia Nacional que professam a fé cristã e que já se manifestaram em diversas ocasiões contra a descriminalização do aborto e a legalização do casamento igualitário, demandas defendidas há anos por ativistas feministas e da comunidade LGBTQI+.
Durante a manifestação, um dos participantes tomou a palavra e leu o documento entregue aos políticos, no qual os evangélicos também solicitaram o direito de participar de todas as discussões legislativas relacionadas à família e à religião, além de pedir o lançamento de uma campanha nacional contra a sexualização precoce das crianças.
Greilyn García, uma das manifestantes, explicou sua motivação para participar da marcha: “Vim para esta marcha porque Deus estabeleceu minha família, [vim para] marchar porque Deus se manifesta (…) Deus criou Adão e Eva, homem é homem e mulher é mulher”, disse a mulher de 45 anos, que frequenta uma igreja evangélica desde 2020.
Na semana passada, aproximadamente 50 pessoas, a maioria delas evangélicas, realizaram um protesto em frente ao Ministério da Educação, também em Caracas, exigindo a exclusão da educação sexual das escolas, argumentando que esse tipo de ensino vai contra “o modelo original de família”.
O movimento dos evangélicos vem ganhando força na Venezuela, à medida que expressam suas preocupações em relação à preservação dos valores familiares e religiosos. Suas vozes estão se tornando mais proeminentes nos debates públicos e demonstram uma determinação em defender suas convicções e contribuir para a sociedade venezuelana.