Ex-diretor da PRF nega sabotagem eleitoral durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro

Política Nacional

Durante seu depoimento à CPMI do 8 de janeiro, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, negou veementemente que a instituição tenha atuado para sabotar o segundo turno das eleições de 2022. Segundo Vasques, seria um “crime impossível” articular tal estratégia sem vazamento de conversas, considerando a presença de 13 mil policiais, muitos dos quais eram eleitores do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Vasques ressaltou que seria inviável coordenar uma ação desse tipo sem qualquer evidência de conversas em aplicativos de mensagens, e-mails ou reuniões. Ele questionou como seria possível explicar de forma criminosa a 13 mil policiais sem deixar rastros dessas comunicações.

O ex-diretor da PRF também destacou que uma parcela significativa dos policiais da instituição tem ideologia progressista e de esquerda, o que tornaria ainda mais improvável uma conspiração para sabotar as eleições. Ele levantou a possibilidade de que, se houvesse uma orientação nesse sentido, seria difícil imaginar que nenhum policial tenha presenciado algo ou compartilhado informações nos corredores da instituição.

Em outubro de 2022, a PRF realizou uma série de blitzes em todos os estados do país, alegando averiguar possíveis crimes eleitorais. Essas operações incluíram a análise de ônibus em diferentes regiões, o que gerou acusações de sabotagem ao candidato petista Lula devido ao número mais elevado de blitzes no Nordeste, onde ele tinha maior apoio. Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal (STF) havia proibido ações que pudessem interferir no deslocamento dos eleitores, e a Corte solicitou explicações e ampliou o horário limite para votação em resposta a essa ação da PRF.

Após a operação, Silvinei Vasques foi demitido e acabou se tornando réu por improbidade administrativa. Sua participação na CPMI teve como objetivo esclarecer os acontecimentos e negar qualquer envolvimento da PRF em uma suposta sabotagem eleitoral.

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