Em CPI, Nise manifesta repúdio a senadores: ‘Me senti agredida’

A médica oncologista Nise Yamaguchi, que depôs nesta terça-feira (1º) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal, desabafou durante a oitiva desta tarde. Bombardeada com perguntas e impedida de completar o raciocínio por diversas vezes, Nise afirmou que se sentiu ‘bastante agredida’ com a postura dos senadores.

– Eu tenho que colocar meu repúdio à situação que estou colocada ali, em um gabinete de exceção. Estou me sentindo aqui bastante agredida neste sentido porque eu estou como colaboradora eventual de várias ações de uma relação direta com a situação clínica dos nossos pacientes e eu gostaria de ter, portanto, senador, a necessária avaliação dessa posição – afirmou a médica.

Nise seguiu, e disse ainda que não admite ser colocada como uma pessoa que ‘atrapalha’ enquanto ela se dedica a contribuir positivamente para alguma situação, neste caso a pandemia.

– Para mim, nesse momento, é importante que: o governo é um só, o país é um só, [então] nós precisamos estar nos relacionando entre diversos partidos, a partir de uma coerência e um conjunto de ações. Eu não acho que a gente possa ser colocado como alguém que atrapalha uma situação quando a gente está trabalhando cientificamente e tecnicamente para a evolução dos conhecimentos – disparou.

SENADOR CRITICA TRATAMENTO DADO A NISE YAMAGUCHI NA CPI

Senador Marcos Rogério Foto: Reprodução/Facebook

Nesta terça-feira (1º), o senador Marcos Rogério (DEM-RO) utilizou as redes sociais para criticar o tratamento dado à médica Nise Yamaguchi na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Para ele, a sessão se transformou num “ambiente para a destilação do ódio”.

Nise prestou depoimento hoje e esclareceu dúvidas relativas à pandemia e à cloroquina no combate à Covid-19. Ao falar do depoimento, Marcos Rogério apontou que a oposição “constrangeu” a médica.

– É lamentável ver a CPI se transformando num ambiente para a destilação do ódio. Falam tanto de ciência, mas quando temos alguém com currículo e conhecimento técnico, a oposição tapa os ouvidos e atua de forma covarde ameaçando, constrangendo e desqualificando a testemunha – apontou.

Para ele, foi um “dia triste” na história do Senado Federal.

– Ela não era investigada. Não é acusada de corrupção. Pelo contrário, dedicou mais de 40 anos de sua vida para salvar vidas! Foi um dia triste para a história do Senado – destacou.

Para ele, a CPI tem se tornado “estéril, infrutífera, cansativa e repetitiva”.

– Na falta de comprovação, com fatos e com evidencias, daquelas teses que eles levantaram no inicio dos trabalhos da CPI, eles passam para o ataque, o constrangimento ilegal, o abuso de autoridade, nunca vi nada mais arrogante – ressaltou.

Fonte: Pleno News

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Bruno Rigacci

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