Encurralado, Moraes se enfurece…
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou exames médicos desatualizados ao solicitar sua internação e autorização para um novo procedimento cirúrgico no hospital DF Star, em Brasília. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (11/12).
De acordo com Moraes, os documentos apresentados pelos advogados não demonstram urgência, já que todos os laudos têm pelo menos três meses de emissão. Em sua decisão, o ministro registrou:
“Os exames médicos apresentados pela defesa não são atuais, sendo que o mais recente foi realizado há 3 meses, sem que à época os médicos tenham indicado necessidade de imediata intervenção cirúrgica”.
O magistrado destacou ainda que, no momento em que foi preso, em 22 de novembro, Bolsonaro não relatou qualquer necessidade emergencial de cirurgia. Desde então, o ex-presidente cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Diante da inconsistência dos documentos apresentados, Moraes determinou que a Polícia Federal realize uma perícia médica oficial no prazo de 15 dias, a fim de esclarecer a real necessidade da intervenção solicitada pelos advogados.
Defesa pediu autorização para internação e cirurgia
A solicitação da defesa foi protocolada em 9 de dezembro. No pedido, os advogados afirmam que Bolsonaro sofre de “múltiplas comorbidades graves e crônicas”, incluindo sequelas permanentes das cirurgias abdominais decorrentes do atentado de 2018, além de episódios de soluços persistentes que já teriam exigido tratamento urgente.
O documento também pede que o ex-presidente permaneça internado “pelo tempo necessário” para uma recuperação adequada após os procedimentos.
Ainda assim, Moraes reiterou que “todos os exames levados pela defesa não são atuais”, reforçando que o mais recente foi feito há três meses e que naquele período não houve recomendação médica para cirurgia imediata.
Histórico recente de cirurgias
Bolsonaro passou por seu último procedimento cirúrgico em setembro, quando removeu lesões na pele. A cirurgia foi realizada pelo médico Claudio Birolini, o mesmo que havia conduzido um procedimento intestinal em abril deste ano.
Com a nova decisão, caberá à perícia da Polícia Federal determinar se há justificativa médica atual e urgente para uma nova internação e cirurgia.





