Punido pela 4ª vez, Janones deverá ser expulso dos quadros da OAB
O deputado federal André Janones (Avante-MG), figura polêmica e combativa nas redes sociais, enfrenta uma nova onda de questionamentos — desta vez, não no Congresso Nacional, mas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo integrantes da entidade, Janones pode ser excluído de forma definitiva dos quadros da advocacia em razão de seu histórico disciplinar.
De acordo com informações divulgadas por membros da OAB, o parlamentar já acumula quatro punições disciplinares e, atualmente, encontra-se com a inscrição suspensa na seccional de Minas Gerais. A situação pode se agravar: há indicações de que a entidade estuda a cassação definitiva de sua inscrição, o que impediria Janones de exercer a advocacia de forma permanente.
Embora continue exercendo seu mandato de deputado federal, críticos afirmam que Janones já deveria ter perdido o cargo, especialmente após o escândalo envolvendo acusações de “rachadinha” em seu gabinete. No entanto, ele foi poupado por seus colegas da Câmara, com destaque para a atuação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e de parlamentares da base de esquerda, que votaram contra a abertura de processo disciplinar no Conselho de Ética.
Na OAB, no entanto, a tendência é de menos indulgência. Fontes internas da entidade afirmam que as punições anteriores pesam contra o parlamentar e devem influenciar na decisão final sobre seu futuro profissional.
Janones, que ganhou notoriedade nas eleições de 2018 ao disputar a presidência da República e, posteriormente, como um dos principais articuladores digitais da campanha de Lula em 2022, ainda não se pronunciou publicamente sobre a situação de sua inscrição na Ordem.
A possível exclusão de Janones dos quadros da OAB reacende o debate sobre a conduta ética de parlamentares e o alcance das sanções institucionais fora do ambiente político. Para críticos, o caso é um reflexo da impunidade em esferas políticas e da necessidade de maior rigor na fiscalização da conduta de agentes públicos.
A OAB-MG, até o momento, não divulgou nota oficial sobre o andamento do processo, mas a pressão interna por uma decisão definitiva cresce.