Ante a desmoralização imposta por Alexandre Pato, Lula muda de ideia
A trágica morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, após um acidente durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, gerou forte comoção e mobilização dentro e fora do Brasil. A jovem, que estava no país asiático como turista, sofreu um grave acidente durante a caminhada e não resistiu aos ferimentos. Sem recursos próprios e diante da falta de apoio inicial do governo brasileiro, a família enfrentava enormes dificuldades para repatriar o corpo.
Um dos gestos mais marcantes de solidariedade partiu do jogador Alexandre Pato, que se ofereceu publicamente para arcar com todos os custos do translado do corpo de Juliana para o Brasil.
“Quero pagar esse valor para que todos tenham paz e para que ela possa descansar ao lado da família”, afirmou Pato, emocionando internautas e mobilizando ainda mais apoio à causa da família Marins.
Governo Lula recua após críticas nas redes sociais
Inicialmente, o Ministério das Relações Exteriores havia informado que, segundo as diretrizes consulares, o governo brasileiro não financia o traslado de corpos, limitando-se a apoiar a família com documentação, atestado de óbito e intermediação com autoridades locais.
A posição oficial, no entanto, gerou forte repercussão negativa nas redes sociais, especialmente após vir à tona que o governo federal custeara anteriormente o translado da ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, condenada por corrupção no Peru.
O episódio foi interpretado por muitos como um duplo padrão de tratamento entre cidadãos comuns e figuras ligadas à política, o que acirrou as críticas ao governo Lula. A pressão popular e a comoção nacional levaram o presidente a mudar de posição.
Na manhã desta quinta-feira (26), Lula determinou ao Ministério das Relações Exteriores que assuma os custos do traslado do corpo de Juliana Marins para o Brasil.
“Diante das circunstâncias e da comoção gerada, decidi que o governo assumirá esse custo, em respeito à dor da família e à solidariedade do povo brasileiro”, teria afirmado Lula, segundo fontes do Planalto.
Exemplo de empatia e crítica à burocracia estatal
A atitude de Alexandre Pato foi amplamente elogiada por personalidades e usuários nas redes sociais, sendo vista como um exemplo de empatia e responsabilidade social. Já a demora do governo federal em reagir ao caso expôs mais uma vez a rigidez dos protocolos diplomáticos, frequentemente criticados por falta de sensibilidade em situações de emergência.
Com o recuo oficial e a confirmação de que o corpo será trazido ao Brasil com apoio do Itamaraty, a família Marins agora poderá iniciar os trâmites para o velório e sepultamento de Juliana, encerrando pelo menos uma etapa dolorosa dessa tragédia.
O caso também deixa uma lição mais ampla sobre o papel do Estado em momentos de vulnerabilidade de seus cidadãos no exterior e sobre o impacto da solidariedade individual diante da omissão institucional.