Com apenas uma frase, Nikolas desmonta o interrogatório de Mauro Cid
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (9) a etapa de interrogatórios dos réus do chamado “núcleo 1” da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, após as eleições de 2022. Entre os primeiros a prestar depoimento está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e delator no caso.
A audiência, conduzida diretamente pelo ministro Alexandre de Moraes, ocorre sob sigilo parcial. Segundo fontes presentes no STF, Mauro Cid está visivelmente nervoso, mas tem respondido a todas as perguntas feitas pelo relator da ação.
O depoimento é considerado crucial para o andamento do processo, já que Cid é apontado como uma figura central no fluxo de informações e decisões dentro do círculo mais próximo de Bolsonaro nos meses que antecederam os atos de 8 de janeiro de 2023.
Críticas nas redes sociais
Enquanto o depoimento ocorre, o tema tomou as redes sociais. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais nomes da oposição na Câmara, criticou duramente o processo conduzido pelo STF. Em uma publicação no X (antigo Twitter), escreveu:
“A vítima é o juiz. Várzea.”
A frase rapidamente viralizou entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que frequentemente acusam o STF de agir de forma parcial nas investigações relacionadas à tentativa de golpe. O comentário de Nikolas ecoa críticas recorrentes sobre o acúmulo de funções por parte do ministro Alexandre de Moraes, que atua simultaneamente como relator, condutor dos interrogatórios e julgador.
Clima de tensão e expectativa
A presença de Bolsonaro nos corredores do STF, acompanhando o depoimento de Cid, também chamou a atenção. Segundo relatos, o ex-presidente observava de perto a sessão, o que adicionou carga simbólica e tensão ao momento.
A fase de interrogatórios seguirá nos próximos dias com as oitivas de outros réus importantes, incluindo o próprio Jair Bolsonaro, os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Próximos passos
O STF deve avaliar o conteúdo dos depoimentos para definir os próximos desdobramentos da ação penal. O caso é tratado com prioridade dentro da Corte e é acompanhado de perto pelo Ministério Público Federal, que considera o processo um marco para a defesa do Estado democrático de direito.