Elon Musk defende fechamento de emissoras de mídia financiadas pelo governo dos EUA
Elon Musk, agora chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), fez declarações contundentes sobre emissoras de mídia financiadas pelo governo dos Estados Unidos. Neste domingo (9/2), Musk manifestou apoio à ideia de encerrar as operações da Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL) e da Voice of America (VOA), alegando que essas emissoras se tornaram irrelevantes e representam um desperdício dos recursos públicos.
Origens das Emissoras e Suas Controvérsias
A Radio Free Europe/Radio Liberty foi fundada em 1950 com o objetivo de disseminar propaganda anti-soviética durante a Guerra Fria, inicialmente sob o controle da CIA. Já a Voice of America foi criada na década de 1940 para combater a propaganda nazista e, a partir de 1947, passou a focar na União Soviética. Ambas emissoras continuam a ser financiadas pelo Congresso dos EUA e estão sob a supervisão da Agência dos EUA para Mídia Global (USAGM), uma agência federal.
Essas emissoras têm enfrentado crescente resistência em diversas partes do mundo. A Rússia, por exemplo, classificou a RFE/RL como “agente estrangeiro” em 2020 e, em 2022, proibiu sua operação sob a alegação de disseminação de informações falsas, especialmente sobre o conflito na Ucrânia. Em 2024, a joint venture entre a VOA e a RFE/RL, chamada Current Time, também foi incluída na lista negra do governo russo.
Musk e Richard Grenell: Crítica ao Financiamento Público de Mídia
Musk fez essas declarações em resposta a um comentário de Richard Grenell, enviado especial do ex-presidente Donald Trump, que criticou essas emissoras financiadas pelos contribuintes americanos em uma publicação no X (antigo Twitter). Grenell declarou que a RFE/RL e a VOA são “reliquias do passado”, preenchidas por “ativistas de esquerda radical”, e que não fazem mais sentido no cenário atual.
Musk, alinhado com Grenell, reforçou a crítica: “Sim, feche-as. A Europa está livre agora (não contando a burocracia sufocante). Ninguém mais as escuta. São apenas pessoas loucas da esquerda radical falando entre si enquanto queimam US$ 1 bilhão por ano do dinheiro dos contribuintes americanos.”
Oposição ao Financiamento Público de Mídia
Musk e Grenell compartilham uma forte oposição ao financiamento governamental de organizações de mídia, argumentando que o dinheiro público deveria ser melhor utilizado em outras prioridades. Musk tem criticado o uso de recursos federais para financiar veículos de mídia como Politico, Associated Press e The New York Times, considerando esses pagamentos um uso ineficiente dos impostos dos cidadãos. Ele está trabalhando para eliminar esses subsídios e, em sua função no DOGE, está comprometido em reduzir os gastos públicos.
Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, revelou que o governo dos EUA gastou mais de US$ 8 milhões em assinaturas de mídia apenas com o Politico. Grenell, por sua vez, reforçou a posição de Musk, exigindo que o governo dos EUA pare de pagar por assinaturas de mídia.
Orçamento das Emissoras e Impacto Econômico
O orçamento das emissoras financiadas pelo governo dos EUA é substancial. Em 2024, a VOA recebeu US$ 267,5 milhões, enquanto a RFE/RL operou com US$ 142,2 milhões. A USAGM, responsável por supervisionar ambas, solicitou um orçamento de US$ 950 milhões para 2025, com a justificativa de que alcançam uma audiência semanal de 427 milhões de pessoas em 64 idiomas e em mais de 100 países.
Musk, em sua nova posição à frente do DOGE, um órgão temporário criado para reduzir os gastos públicos, defende o fechamento dessas emissoras, como parte de sua agenda de austeridade fiscal e eficiência governamental. Ele argumenta que a mídia financiada por impostos está obsoleta e não deve ser prioridade no atual contexto econômico.
Conclusão: A Eficiência Governamental em Foco
O comentário de Musk reflete sua visão de um governo mais enxuto e eficiente, onde o uso dos recursos públicos deve ser cada vez mais restrito e focado em áreas de maior necessidade. A pressão para fechar as emissoras como a RFE/RL e a VOA representa um movimento mais amplo em direção à redução de gastos com a mídia estatal e uma crítica ao papel do governo na promoção de conteúdos jornalísticos. O futuro dessas emissoras, porém, depende das decisões do Congresso dos EUA e das mudanças que podem surgir com o fortalecimento das políticas de eficiência governamental.