Moraes nega, pela 5ª vez, liberdade ao hacker Walter Delgatti
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, na última quinta-feira (9), manter a prisão preventiva do hacker Walter Delgatti Neto. O acusado enfrenta processos por falsidade ideológica e invasão qualificada de dispositivos informáticos. Essa foi a quinta vez em que o ministro negou um pedido de liberdade para Delgatti, que permanece preso enquanto o processo avança.
Delgatti ganhou notoriedade ao admitir a invasão do sistema do Banco Nacional de Mandados de Prisão do Conselho Nacional de Justiça (BNMP/CNJ). Segundo as investigações, ele teria realizado a ação a mando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), também acusada no caso. Durante a invasão, Delgatti teria inserido um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Alexandre de Moraes. O objetivo, conforme apurado, seria desestabilizar o sistema de Justiça e prejudicar o funcionamento da administração judiciária.
Em depoimento, o hacker confessou os crimes e detalhou suas ações, o que contribuiu para o fortalecimento das acusações contra ele. A gravidade dos crimes e os indícios robustos de autoria e materialidade foram citados por Moraes como justificativa para a manutenção da prisão preventiva. O ministro ressaltou que a liberdade de Delgatti representaria um risco à continuidade do processo, incluindo a possível destruição de provas e ocultação de dados.
Em sua decisão, Moraes afirmou que “a liberdade de ir e vir deve ser relativizada em situações excepcionais”, como no caso de Delgatti, onde a gravidade dos crimes cometidos justifica a restrição de sua liberdade. Assim, o hacker permanecerá preso enquanto o processo segue para a fase de alegações finais, conforme o rito previsto.
A decisão reforça a postura do STF em garantir que os acusados de crimes graves sejam mantidos em custódia, especialmente quando existem riscos de prejudicar a instrução processual. O caso continua a ser acompanhado de perto, dada sua complexidade e a repercussão política envolvida.